
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) divulgou hoje (7/7) a edição TIC Provedores 2020, pesquisa feita com 7 mil provedores de serviço de Internet (ISPs). Segundo o relatório, o número de ISPs que entregam o IPv6 triplicou desde a última edição do estudo, de 2017. Hoje, são 3,1 mil provedores que oferecem IPv6, 44% do total.
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O IPv6 é a versão mais recente do Protocolo de Internet (IP) e sucede a IPv4, que ainda existe, mas que já alcançou seu limite de usuários no Brasil. Dessa forma, se um provedor quiser oferecer seu serviço para um novo cliente, ele precisa utilizar o IPv6 ou desconectar um antigo usuário de IPv4.
Dessa forma, os ISPs estão em transição para o IPv6 e quem puxa o movimento são os maiores. Entre os grandes provedores, com mais de 45 mil acessos, 79% já oferecem IPv6, enquanto os de médio porte, entre 5.001 e 45 mil acessos, 77% o fazem. Já os menores ISPs, com 300 acessos ou menos, ficam para trás (veja abaixo).
Para Leonardo Melo Lins, coordenador de Pesquisa do Cetic.br, o crescimento é importante, mas há espaço para melhora neste cenário. “Os provedores apontam que a falta de equipamentos apropriados e de pessoal capacitado são os motivos mais citados para não entregar o IPv6”, diz.
Conexões com PTTs dobram
A pesquisa também apontou que os ISPs estão mais conectados a pontos de troca de tráfego (PTT). O número dobrou em relação à pesquisa de 2017, com 2,4 mil provedores conectados em pelos menos um PTT. A conexão é importante para melhorar a qualidade do serviço aos clientes.
Cerca de 35% dos ISPs estão em um PTT. Novamente, o movimento é puxado por grandes provedores, que estão todos conectados. O ponto positivo é que dobrou o número de ISPs menores, entre 101 e 300 acessos, que estão conectados a um PTT. Entre os provedores com menos de 100 acessos, 53% apontam que não se conectam por causa do alto custo.
Fibra mantém a importância e DDoS vira ameaça
A fibra ótica é oferecida por 91% dos provedores e aumentou consideravelmente entre 2017 e 2020, passando de 2,4 mil ISPs oferecendo o serviço para 6,4 mil. O cabo Ethernet perdeu relevância e só 46% das empresas oferecem Internet por ele, enquanto o rádio teve a maior queda, de 84% para 73%. Segundo Lins, o rádio mantém seu mercado por causa de zonas rurais.
Outro dado da pesquisa mostra que 26% dos provedores dos provedores receberam algum ataque de negação de serviço (DDoS). Destes, 35% tiveram seus serviços paralisados e 51% continuaram operando com lentidão. Quanto maior o provedor, maior a incidência do ataque.
Metodologia
O Cetic.br descobriu 15,1 mil licenças SCM concedidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e estima que existam 12,8 mil provedores no Brasil. No entanto, o centro de pesquisas só encontrou 7 mil ISPs que declararam acessos de clientes regulares à Anatel, entrevistando estas empresas entre julho de 2020 e fevereiro deste ano.
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