De acordo com uma pesquisa da consultoria Teleco, o Brasil contou com 22,1 milhões de acessos à banda larga fixa via fibra óptica no segundo trimestre de 2021. O número coloca o FTTH (fiber-to-the-home) na liderança da tecnologia de Internet fixa, com 54% das conexões no País. Os dados apontam que 92% da população brasileira já mora em municípios conectados por um backhaul de fibra óptica. O estudo foi apresentado durante o segundo dia do Painel Telebrasil, evento online promovido hoje (21/9) pela Conexis Brasil Digital.
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Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, apontou que esse crescimento da fibra óptica não é de hoje. Em 2019, esta tecnologia já havia ultrapassado o cabo metálico (DSL) e o coaxial como opção de conexão de clientes. Hoje, enquanto a fibra conta com 22,1 milhões de acessos, o DSl conta com 5,5 milhões e o coaxial com 9,4 milhões.
Segundo ele, a diferença ocorreu principalmente pela migração do DSL para a fibra, à medida que novos provedores de Internet apareciam. “As provedoras de pequeno porte (PPP) começaram a oferecer fibra por volta de 2015 e, já em 2018, elas ultrapassaram as grandes operadoras na oferta desta tecnologia”, explica.
Ele lembra que as operadoras tinham um custo muito grande para mudar sua infraestrutura de cabos metálicos para a fibra, e que esse investimento só começou a ser feito em 2019. Dessa forma, a capilaridade dos provedores se tornou maior que a destas grandes concorrentes. Hoje, quase 15 milhões dos acessos de fibra vêm de PPPs, representando 64% do total.
Ainda há espaço para crescimento
Júlio Sgarbi, gerente sênior para Vendas de Soluções Integradas da Huawei, acredita que foi uma combinação de maior maturidade, volume e competição entre os provedores de Internet que permitiu a expansão rápida do FTTH. Ele ainda acredita que a tecnologia pode aumentar ainda mais seu alcance, puxada principalmente por novas tecnologias.
Nas casas, por exemplo, demandas de streaming em 4K e, no futuro, em 8K, vão precisar de ainda mais banda larga, aliada ao aumento de dispositivos conectados. Fora dos lares, ainda haverá os mercados corporativos e a indústria, que precisa de conectividade para se digitalizar. Por fim, ainda será necessário infraestrutura de fibra para conectar as antenas e permitir a chegada do 5G.
Tude, da Teleco, ainda lembra que apenas 55% dos domicílios brasileiros têm acesso à banda larga, o que significa que há ainda um grande mercado para ser explorado. Para Luis Lima, vice-presidente da Algar, será necessária uma reorganização do mercado para levar fibra óptica para áreas pouco atendidas, o que poderá ser feito por meio de políticas públicas. “A melhor forma de atingir mercados é a partir da concorrência”, complementa.
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