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5G, internet das coisas e expansão de data center intensificam negócios da Commscope

As novas tecnologias, como internet das coisas (IoT) e 5G são as apostas da Commscope, fabricante de cabos coaxiais e de fibra óptica, para expandir os negócios em 2019. Estas iniciativas, segundo a empresa, exigem uma atualização da rede fixa, porque trafegam grande volume de dados e também impactam os data centers, outro segmento potencial consumidor de suas soluções, novamente devido à multiplicação das informações trafegando em redes nos próximos anos.

CommScope compra ARRIS em transação de US$ 7,4 bilhões

VNI: Mais de 12 bilhões de dispositivos vão trafegar via redes móveis em 2022, quase batendo a marca do ZB

De acordo com dados do Mobile Visual Networking Index (VNI), divulgado ontem (19/2) pela Cisco, o tráfego nas redes móveis chegará próximo da taxa anual de 1 zettabyte (ZB), correspondendo a mais de 1 bilhão de terabytes (TB). Em 2022, o tráfego móvel representará quase 20% do tráfego IP global e chegará a 930 exabytes por ano. Isso é aproximadamente 113 vezes mais que o tráfego móvel global gerado apenas dez anos antes, em 2012. No Brasil, o tráfego móvel representará 21% do total do tráfego IP em 2022 no país. Em 2017, ele representava 7%.

Mundialmente, a CommScope Holding, já vem colhendo os frutos da transformação digital. Em 2018, a fabricante registrou vendas de US$ 4,57 bilhões, sendo US$ 1,06 bilhão no trimestre terminado em 31 de dezembro, contra as vendas de US$ 1,12 bilhão em igual período de 2017.

Mesmo com a redução de 6% ano a ano, Eddie Edwards, presidente e CEO da empresa declarou que “os resultados positivos refletiram volumes de vendas mais fortes do que o esperado e um mix de produtos e geografia favorável, bem como as iniciativas contínuas de redução de custos ”.

A companhia ainda espera a conclusão da compra da ARRIS e, consequentemente, a integração dos produtos Ruckus, adquirida meses antes. “Estamos entusiasmados com o potencial de criação de valor dessa combinação altamente estratégica. Também estamos confiantes de que isso permitirá que a CommScope aproveite as tendências do setor, incluindo convergência de rede, fibra e mobilidade em todos os lugares, 5G e Internet das Coisas (IoT)”, comentou.

O crescimento modesto nos EUA foi mais do que compensado por declínios nas regiões internacionais, principalmente na região Ásia-Pacífico (APAC) e, em menor medida, na região da Europa, Oriente Médio e África (EMEA).

Para corrigir a rota do crescimento, a empresa criou, nos últimos meses de 2018, um grupo de gerenciamento de negócios regionais formado por 24 profissionais. “A nossa responsabilidade é olhar a característica de cada região ou mercado, o comportamento, as verticais de sucesso, as oportunidades em novas verticais e monitorar a concorrência para criar um posicionamento local”, conta Ed Solis, vice-presidente da CommScope para a região da América Latina e Caribe. “É minha responsabilidade criar uma estratégia para cada país, visando crescimento sustentável do negócio, mas com metas baseadas na característica local”, explica o executivo, durante entrevista ao IPNews.

Na América Latina e no Brasil já foram detectadas três verticais potenciais: finanças, hospitais e prédios corporativos. “Há muitas empresas globais se instalando na região e que precisam de prédios modernos e conectados”, comenta.

O carro-chefe da Commscope nesta área é o cabo de cobre categoria 6A  e, particularmente no Brasil, a solução de gerenciamento de infraestrutura automatizada, por meio da qual os gestores de TI podem, por exemplo, conectar e localizar switches IP automaticamente. “O mercado demanda um dos nossos principais produtos, que é o cabo categoria 6A, recomendado para velocidades futuras de 2,5 gbps e 5 gbps”, declara Solis, dizendo que a segunda maior demanda está no consumo dos cabos UTP, que permitem a transmissão de dados e de energia elétrica pela mesma infraestrutura.

A convergência, segundo Solis, deve multiplicar a demanda do mercado explorado pela Commscope, porque prédios precisam ser integrados internamente e em campus para viabilizar a conectividade das coisas de IoT. “Se perguntar a um profissional de TI qual é a sua principal preocupação hoje, ele vai dizer convergência. A automação do prédio, a iluminação, o circuito interno de TV (CFTV), o sistema de controle de acesso, tudo deverá estar conectado, o que potencializa as vendas de cabo UTP. Para suportar IoT, o profissional de TI sabe que precisa aumentar a largura de banda dentro e entre prédios. A terceira oportunidade está em mobilidade. Estudos dizem que 70% das ligações começam dentro do prédio e, com o mundo se movendo para 5G, será preciso aumentar a capacidade de transporte de informação, pondera o executivo.

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