Não se deve esquecer dois aspectos importantíssimos que antecedem a dinâmica: o planejamento e a preparação. É sobre o que fala Armando Terribili Filho, da Unisys.
No contexto organizacional, o trabalho em equipe é muitas vezes permeado pela condução de brainstormings, dinâmicas, workshops, oficinas e outras técnicas para obtenção de ideias, discussão, priorização e seleção das mesmas. Há um instrumental imenso disponível para ser utilizado nestes processos, como: (1) Diagrama de Ishikawa, engenheiro químico japonês que criou um processo simples de esquematização que busca identificar as causas-raiz de um problema, cuja representação gráfica se assemelha a uma espinha de peixe (Diagrama de Causa e Efeito); (2) Técnica dos Seis Chapéus (de autoria do maltês Edward de Bono), que tem como proposta que cada pessoa ou subgrupo tenha um tipo de pensamento pré-definido de acordo com a cor do chapéu que utilizar no transcorrer da dinâmica, que pode ter várias etapas; (3) Processos de Tomada de Decisão em Grupo, como: consenso construído, votação simples, votação ponderada, etc.
Evidentemente que a escolha das técnicas e seu uso correto são fundamentais para o atingimento dos objetivos na dinâmica com o grupo, porém, não se deve esquecer de dois aspectos importantíssimos que antecedem a aplicação delas: o planejamento e a preparação. O planejamento envolve a estratégia a ser utilizada, a definição clara dos objetivos a serem atingidos e as atividades a serem propostas à equipe. A preparação envolve a materialização do plano elaborado, englobando a identificação e preparação dos materiais necessários, a estruturação das etapas (início, avanço e fechamento), a estimativa de tempo de cada atividade, o check list de materiais a serem utilizados, o plano de comunicação prévio com os participantes, etc.
Antes da execução da dinâmica, quatro passos devem ser seguidos pelo facilitador: (i) explicar ao grupo o objetivo e as técnicas que serão utilizadas; (2) explicar a simbologia que será usada; (3) exemplificar com algo simples para garantir o entendimento geral; e (4) explicar o papel do facilitador na dinâmica. A abordagem de estímulo pode variar de grupo para grupo, mas cabe ao facilitador refletir antecipadamente neste aspecto, a fim de evitar improvisações que transmitam dúvidas aos participantes. O facilitador deve mostrar “segurança” no que está propondo ao grupo, além de demonstrar ser criterioso e imparcial com todos.
O sucesso na execução da dinâmica tem como forte componente o planejamento e a preparação, por isto, quanto mais tempo se despender nestas etapas, maior segurança terá o facilitador na execução. Uma condução bem direcionada fará com que os objetivos sejam atingidos, que os profissionais se comprometam com suas responsabilidades e que a equipe encontre alternativas, propiciando crescimento profissional, expansão no repertório de soluções vivenciadas e mentes mais criativas. Assim, deve-se investir tempo no planejamento e preparação de dinâmicas e workshops, nunca abrindo mão da elevada qualidade, lembrando que em uma dinâmica de grupo não há vencedores, pois quem ganha é o projeto através de um processo de construção coletiva.
*Armando Terribili Filho (PMP) é diretor de projetos na Unisys Brasil, doutor em Educação pela UNESP, mestre em Administração de Empresas, docente na FAAP e no SENAC São Paulo. É autor dos livros “Indicadores de gerenciamento de projetos” (2010) e “Gerenciamento de Projetos em 7 passos: uma abordagem prática” (2011), ambos lançados pela M. Books de São Paulo.