País subiu cinco posições, ocupando a 48ª colocação.
A última edição do Relatório Global de Competitividade, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta o Brasil entre as 50 economias mais competitivas do mundo. Segundo a pesquisa, o país subiu cinco posições e alcançou a 48ª posição no ranking. Na edição de 2012, o Relatório analisou as condições de competitividade de 144 países. No Brasil, a coleta e análise de dados são coordenadas pela Fundação Dom Cabral.
Pelo quarto ano consecutivo a Suíça encabeça a lista das economias mais competitivas, seguida por Cingapura, Finlândia, Suécia e Holanda. Os Estados Unidos caíram duas posições, aparecendo na sétima colocação. “O crescimento global está baixo, impactando o relatório pelo segundo ano consecutivo, com o nível de incerteza crescente devido à crise nas economias europeias, às vulnerabilidades na economia norte-americana e à desaceleração da China e demais economias emergentes”, analisa Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral e responsável pela análise dos dados brasileiros do ranking.
O Brasil no ranking
O bom desempenho brasileiro no ranking, galgando cinco posições, deve-se a uma melhora na condição macroeconômica do país, ao aumento na utilização de tecnologias de informação e comunicação, ao ambiente de negócios relativamente sofisticado que tem se aproveitado da expansão do mercado interno e, ainda, ao acesso fácil e competitivo aos meios de financiamentos para investimentos, por parte das empresas.
É importante ressaltar que dentro do pilar ‘Ambiente Macroeconômico’ – um dos doze pilares avaliados no ranking -, o indicador ‘spread bancário’ foi excluído da análise a partir deste ano, por ser considerado ineficiente para mensurar o grau de eficiência do setor bancário nos países de maneira confiável e com comparabilidade internacional. A ausência deste indicador, sempre problemático para o Brasil, pode ter grande parcela de responsabilidade no salto de 53 posições dentro do pilar ‘Ambiente Macroeconômico’, em que o País saiu da 115ª colocação em 2011 para 62ª este ano, e provavelmente também foi a principal causa para o ganho de cinco posições no ranking geral.
“Sem dúvida, as medidas tomadas pelo Governo nos últimos meses, dentre elas a redução da taxa básica de juros da economia e o consequente acompanhamento desta tendência por parte dos bancos, teriam um retorno por si só favorável para a competitividade do Brasil, porém este fato não explicaria sozinho o grande salto observado no pilar”, explica Arruda.
Entre os principais desafios para a economia brasileira estão os baixos níveis de confiança nos políticos (121ª posição) e de eficiência das políticas de governo (111ª posição), associadas às excessivas regulações governamentais e gastos desnecessários. Fatores considerados historicamente como gargalos à competitividade do Brasil mantiveram o mau desempenho em 2012, como a qualidade da infraestrutura de transportes (79ª posição), a qualidade da educação (116ª posição) e o volume de taxação como limitador ao trabalho e investimentos (144ª posição).
Entre as perdas consideráveis observadas no ano está o pilar ‘Inovação’, em que o País perdeu cinco posições, saindo da 44ª para 49ª posição. O indicador que mais contribuiu para esta queda foi a ‘Disponibilidade de engenheiros e cientistas’, que perdeu 22 posições em 2012, seguindo o que foi observado em 2011, em que houve uma perda de 23 posições. O desempenho frágil está diretamente relacionado à falta de mão de obra qualificada no País. “A economia se aqueceu, aumentando a demanda por trabalhadores qualificados, porém o número de profissionais capacitados disponíveis é muito baixo quando comparado à necessidade do País; uma educação de qualidade pode levar uma geração para ser conquistada, mas não teremos tempo para esperar”, sugere Arruda.