Rede é ampliada em 1,6 mil quilômetros, valor 27% maior que em 2012.
Em 2013, a Comgás reforçou os investimentos em infraestrutura e eficiência de suas operações. Ao todo foram investidos R$ 852 milhões, configurando a maior aplicação de recursos feita pela Distribuidora em sua história. Esse volume foi 38% superior ao registrado no ano anterior, que totalizou R$ 616 milhões. Aproximadamente 64% dos recursos foram aplicados principalmente na ampliação da rede de distribuição de gás natural canalizado, viabilizando a conexão de novos clientes.
A Comgás encerrou o ano com 10.938 quilômetros de redes de distribuição, dos quais 1.629 quilômetros foram adicionados em 2013 e 459 quilômetros apenas no quarto trimestre, valor 27% superior no comparativo com 2012. Essa expansão contribuiu para a chegada do gás canalizado às cidades que ainda não eram atendidas pela Companhia, como São João da Boa Vista e Aguaí, bem como para a consolidação em áreas já atendidas. Dentre os projetos realizados durante o ano destacam-se: Guarulhos (105 km adicionados no ano), São José dos Campos e Taubaté (92 km cada), Jundiaí e Americana (com 90 km cada), Itaquera (89 km), São Bernardo do Campo (88 km), Tucuruvi (85 km), Santo André (81 km) e Santos (57 km).
Outro projeto de destaque no ano foi o Reforço da Rede de Alta Pressão (RETAP), que tem como finalidade atender o aumento da demanda por gás natural da Região Metropolitana de São Paulo, alimentando, inclusive, a termelétrica de Piratininga. A obra, orçada em R$135 milhões, foi inaugurada no dia 24 de fevereiro de 2014.
Apesar de cumprir todas as metas físicas e operacionais, com crescimento expressivo nos segmentos Residencial e Comercial, o volume total de gás distribuído pela Companhia no período de 2009 a 2013 ficou abaixo do plano regulatório para este ciclo, comprometendo a rentabilidade estabelecida pelo Regulador. Em 2013, a Comgás distribuiu 4.703.191m3, retração de -0,61% no volume em relação a 2012 (4.731.617m3).
A desaceleração da atividade industrial foi um dos fatores que impactou no volume total de gás, sem termo. O desempenho da indústria de São Paulo, medido pelo Indicador de Nível de Atividade (INA) da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), foi positivo em 2,1% em 2013. Apesar do resultado, a trajetória percorrida pela indústria ao longo do ano foi difícil.
Mercados & Clientes
A Companhia superou a marca de 1.333.765 clientes. Os segmentos que mais contribuíram para o atingimento desse resultado foram os “New Housing” (novos edifícios), “Casa” e “Comércio” – com um crescimento de 16% em relação ao ano anterior.
O segmento Residencial encerrou 2013 com 952.662 medidores conectados, um crescimento de 7,4% em relação ao ano anterior (887.162 medidores). Esse número inclui condomínios com medidores coletivos que atendem vários clientes com um único medidor. Assim, ao considerar o número de UDA´s (Unidade Domiciliar Autônoma), o segmento registrou o maior crescimento nos últimos 12 meses: 9,8%, com 1.320.100 UDA´s conectadas.
No quarto trimestre de 2013, foram distribuídos 58,8 milhões de m3 de gás, volume 16,5% superior ao distribuído no 4T12 (50,5 milhões de m3). No ano, o segmento consumiu 224,7 milhões de m3 de gás, crescimento de 13% em relação aos 198,9 milhões de m3 de gás consumidos em 2012. As variações de volume foram decorrentes da expansão para os municípios de Americana, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Piracicaba, Santo André, São José dos Campos, Taubaté e outras regiões da Região Metropolitana de São Paulo.
O segmento Comercial – que será amplamente desenvolvido em 2014 com a oferta de novas aplicações para o gás natural em fornos de pizzarias e refrigeração comercial, por exemplo – figurou como o segundo maior crescimento, com 12.297 medidores instalados, aumento de 9,1% em relação a 2012. A Companhia atingiu 31,8 milhões de m3distribuídos no segmento comercial no quarto trimestre do ano, representando um crescimento de 12,3% em relação ao mesmo período do ano anterior (28,3 milhões de m3). No ano, esse segmento foi responsável pela distribuição de 119,2 milhões de m3 de gás, 6,7% superior ao volume de 2012 (111,7 milhões de m3). Essa variação explica-se pela adição de 1.029 novos clientes nos últimos 12 meses, fruto da conexão de estabelecimentos de menor porte, em especial do ramo de gastronomia.
No segmento Industrial – o mais significativo em termos de volume comercializado – a Comgás encerrou o ano com 1.032 clientes, responsáveis por 69% do consumo total de gás no ano e por 61% da margem de contribuição. No 4T13 foram distribuídos 916,9 milhões de m3, volume 2,2% abaixo do distribuído em 4T12 (937,3 milhões de m3). No ano, o volume consumido no segmento industrial totalizou 3.788,3 milhões de m3 de gás, praticamente estável em relação aos 3.788,7 milhões de m3 distribuídos em 2012.
Essas variações estão relacionadas com o desempenho da economia. Dentre todos os segmentos da indústria, os mais importantes em termos de volume são o químico e petroquímico (22,4% do volume), cerâmica (18,1%), papel e celulose (12,3% do volume vendido em 2013).
O ano de 2013 também foi marcado por desafios na Cogeração, Termogeração e Gás Natural Veicular (GNV). O segmento de Cogeração – que é caracterizado pela produção simultânea de energia térmica e elétrica a partir do gás natural – apresentou uma redução de 15,4% no volume de gás distribuído, atingindo 75,5 milhões de m3 no 4T13, versus 89,3 milhões de m3 no 4T12. Em 2013, o mercado de cogeração apresentou uma redução de 9,6% no volume de gás distribuído em relação a 2012, passando de 357,5 milhões de m³ para 323,1 milhões de m³ em 2013.
Essa variação deve-se basicamente à parada pontual para manutenção em dois clientes e diminuição na produção de algumas plantas, por conta de crise no mercado, principalmente no setor têxtil. Além disso, este segmento sofre forte concorrência com o preço da energia elétrica que, quando ofertada a preços mais baixos, acaba diminuindo o consumo do gás natural. Os projetos de cogeração estão se configurando como economicamente viáveis numa ótica de custo total de operação, instabilidades energéticas do mercado e segurança de abastecimento.
O segmento de Termogeração – obtenção de energia elétrica a partir da queima do gás – encerrou o trimestre com 204,7 milhões de m3, apresentando uma redução de volume em 20,3% quando comparado ao 4T12 (256,8 milhões de m3). Em 2013, o total do volume distribuído foi de 753,8 milhões de m3, um aumento de 43% se comparado aos 527,0 milhões de m³ de 2012. Essa variação deve-se ao fato da usina termoelétrica de Piratininga ter despachando próximo de sua capacidade máxima em 2013.
Por fim, o segmento de Gás Natural Veicular (GNV) registrou uma redução de 5,5% no volume de gás comercializado em relação ao 4T12. No ano, a queda foi de 9,8%, passando de 274,8 milhões de m3 para 247,9 milhões de m3 em 2013. O GNV nunca deixou de ser uma alternativa economicamente interessante para os consumidores, porém o aumento do poder aquisitivo da população, seguido do forte movimento de renovação da frota, retirou do mercado grande parcela de veículos que consumiam gás natural. Adicionalmente, os incentivos progressivos dados pelo Governo Federal, principalmente à gasolina e ao diesel, prejudicam a recuperação do segmento.
Em 2014, a Comgás irá intensificar as campanhas de marketing, fortalecendo o desenvolvimento de novos canais de vendas para o GNV. Atualmente, a Companhia possui uma rede de 309 postos de GNV que ofertam o combustível em sua área de concessão. O segmento automotivo representava 5% do volume total de gás distribuído pela Comgás (247,9 milhões de m³). A utilização do gás natural n
o transporte público e a busca por incentivos fiscais são temas que permanecerão nas pautas da Comgás com o Governo do Estado.