Por Sergio Fukushima
De maneira geral, a Realidade Aumentada (RA) pode ser definida como a capacidade de sobrepor elementos virtuais como texto, imagens e outras informações em uma cena ou no vídeo ao vivo para fornecer informações adicionais ao usuário. Essas informações podem ser exibidas em qualquer dispositivo usado para ver a cena ao vivo – como monitores, dispositivos móveis e em alguns aplicativos por meio de óculos e fones de ouvido inteligentes.
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Vale a pena diferenciar Realidade Aumentada (RA) de Realidade Virtual (RV). A RV geralmente ocorre por meio de um fone de ouvido que fornece uma perspectiva em primeira pessoa aos usuários, assim confere a sensação de estar fisicamente presente no ambiente que está sendo projetado. Já a realidade aumentada significa estar em algum lugar ou mesmo acompanhar uma cena em tempo real, mas com informações adicionais sobrepostas.
Um exemplo simples de como a Realidade Aumentada poderia impactar o cotidiano: imagine um indivíduo andando pela rua em uma cidade desconhecida, mas com informações úteis sobrepostas sendo transmitidas através de um óculos habilitado para RA ou em um dispositivo móvel. Essas informações poderiam ser direções para um ponto de encontro ou recomendações para atrações locais. A pessoa pode emitir um comando de voz: “Mostre os melhores restaurantes dessa rua” e, imediatamente, a tecnologia levanta essa informação.
Alguns parceiros da Axis já estão entregando aplicativos que permitem sobrepor informações virtuais em vídeo ao vivo. O CamStreamer, por exemplo, desenvolve aplicativos que permitem a transmissão ao vivo das imagens das câmeras Axis diretamente para plataformas de vídeo e redes sociais. Já o aplicativo CamOverlay permite que os clientes adicionem gráficos e informações ao vídeo ao vivo. A RA pode ser efetivamente uma “superpotência da informação”, agregando informações valiosas em tempo real. Com isso em mente, as possibilidades de integração são inimagináveis.
Realidade Aumentada em vigilância por vídeo
As câmeras de vigilância por vídeo em rede fornecem imagens de alta qualidade para os operadores e isso já representa um ganho significativo. Os níveis de detalhes forenses permitem monitorar e avaliar situações e, principalmente, responder aos incidentes em tempo real. Em situações em que os operadores estão direcionando os primeiros socorros no solo, por exemplo, os benefícios da sobreposição de informações adicionais no local são claros. Algumas câmeras Axis já incluem um auxílio de orientação, que pode sobrepor nomes de ruas e pontos de bússola em imagens de vídeo ao vivo para ajudar a fornecer direções precisas.
Quando cada segundo pode fazer uma diferença real, pode haver muitas outras informações úteis fornecidas por meio da sobreposição de Realidade Aumentada. Entender a localização do desfibrilador mais próximo, por exemplo, e ser capaz de direcionar as pessoas para o local correto por meio de áudio ao vivo, pode ser um avanço tecnológico capaz de salvar vidas.
Auxiliar os socorristas com o layout do prédio, entradas e saídas de emergência, seja remotamente – a partir de sala de situação – ou localmente por meio de dispositivos móveis, pode acelerar a evacuação de um prédio ou colaborar para encontrar pessoas presas dentro do edifício mais rapidamente. A dispersão segura de multidões por meio das rotas mais eficazes pode reduzir o risco de incidentes comuns em situações de crise.
Olhando ainda mais à frente
Se permitirmos que nossa imaginação vague um pouco mais longe no futuro, poderemos pensar em como uma combinação de dados virtuais em situações em tempo real pode ser usada para fornecer informações vitais para socorristas e equipes de segurança. Talvez um agente policial pudesse ter acesso a informações sobrepostas às imagens reais com dados como a geolocalização de telefones celulares. Assim, seria possível direcionar o profissional à localização de um telefone celular que foi usado para pedir socorro, por exemplo, agilizando o atendimento a alguém em perigo.
Também podemos projetar que a Realidade Aumentada poderia ser usada por equipes médicas e paramédicos para ajudar a fornecer assistência e cuidados a pessoas no local de um acidente, ou que a transmissão ao vivo da vigilância do local poderia ser usada por paramédicos – no caminho da ocorrência – a identificarem o que aconteceu e realizarem os preparativos necessários mesmo antes de chegarem ao local.
Além dos serviços de emergência
O uso para situações de emergência mostra como a tecnologia poderia ter um impacto decisivo para a sociedade. No entanto, é possível imaginar a importância para outros segmentos. Por exemplo, a equipe de segurança de uma planta industrial poderia receber dados de sensores conectados nos ambientes críticos. Não somente vigilância por vídeo, mas sensores de temperatura, qualidade do ar e detectores de fumaça, entre outros. Assim, é possível respaldar uma operação proativa e em tempo real, antes que incidentes mais graves aconteçam.
Alertas relacionados a aumentos repentinos de temperatura, violações de perímetro, ruídos específicos (como vozes elevadas) podem trazer imagens ao vivo para monitores de vídeo, enquanto mapeiam direções da rota mais rápida para o local ou locais de extintores de incêndio e alarmes. No caso de um roubo, as câmeras de vigilância de vídeo rastreando o intruso, podem até mesmo deixar um rastro digital sobrepostas na vigilância por vídeo para que os oficiais de segurança possam seguir o suspeito.
Tecnologicamente, não há nada que impeça o desenvolvimento de soluções como as detalhadas acima. Na verdade, como mencionamos, pode haver empresas que já estão desenvolvendo este tipo de aplicativo de RA, elas só precisam encontrar o parceiro certo. Este pode ser um bom momento para direcioná-las ao programa Axis Developer Community e Application Development Partner (ADP). É onde o futuro é criado e, geralmente, mais cedo do que você imagina. *Sergio Fukushima é gerente de Soluções da Axis Communications.
Este artigo é de total responsabilidade do autor, não representando, necessariamente, a opinião do Portal IPNews.
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