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Como as smart grids estão mudando a maneira como a eletricidade é gerenciada, entregue e consumida

Ao contrário das redes elétricas tradicionais, as redes inteligentes usam tecnologias avançadas como inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT) para melhorar a eficiência, a sustentabilidade e a confiabilidade da distribuição de energia. As redes se adaptam dinamicamente às mudanças nas demandas de energia, reduzem o desperdício e apresentam fontes de energia renováveis, ao mesmo tempo em que fornecem aos consumidores informações em tempo real sobre seu consumo de eletricidade.

Smart Grid, ou redes elétricas inteligentes, é uma nova arquitetura de distribuição de energia elétrica que permite a interação com os usuários. O conceito foi criado em 2005 por Amin e Wollenberg. A implantação de redes inteligentes depende de sensores e dispositivos IoT, que coletam dados em tempo real sobre a produção, distribuição e consumo de energia.
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Em sua essência, as redes inteligentes dependem de uma rede de sensores, medidores inteligentes e ferramentas de automação para otimizar o fluxo de energia. O monitoramento em tempo real rastreia o consumo de eletricidade e as condições da rede, enquanto análises com tecnologia de IA identificam tendências e possíveis problemas antes que eles piorem. Os sistemas também equilibram a energia de várias fontes, como solar e eólica, garantindo que a eletricidade renovável seja absorvida pela rede.

As smart grids também exibem capacidades de autocura. Assim, eventos como os prolongados desligamentos de rede vividos pela população paulistana em função da fragilidade da rede da enel seriam evitados. Por exemplo, após uma queda de energia, elas podem redirecionar automaticamente a eletricidade para minimizar interrupções e evitar apagões generalizados. A abordagem proativa aumenta a resiliência da rede e reduz os custos de manutenção.

Por que as redes inteligentes são importantes?

As redes inteligentes beneficiam os consumidores e os fornecedores de energia. Os sistemas permitem o rastreamento de energia em tempo real, permitindo que os usuários façam escolhas mais inteligentes sobre o consumo, o que pode reduzir custos e diminuir a pressão sobre a rede durante os horários de pico. As redes inteligentes aumentam a eficiência operacional e permitem uma melhor alocação de recursos, resultando em menos desperdício e menos interrupções.

Outra grande vantagem é a compatibilidade das redes inteligentes com energia renovável. Elas estabilizam o fornecimento de energia e contribuem para um futuro mais limpo e sustentável ao gerenciar a natureza variável da energia solar e eólica. Eles também capacitam os consumidores a se tornarem produtores, devolvendo o excesso de energia à rede e contribuindo para um sistema de energia descentralizado.

Apesar de sua promessa, a implementação de redes inteligentes não é isenta de obstáculos. Altos custos iniciais, incluindo a instalação de medidores e sensores inteligentes, podem desencorajar serviços públicos menores, especialmente em regiões com orçamento limitado. Incentivos governamentais, implementações em fases e parcerias público-privadas podem ajudar a lidar com as barreiras financeiras.

A segurança cibernética é outro grande medo. A dependência das redes inteligentes na troca de dados em tempo real as torna vulneráveis ​​a ataques cibernéticos. Para proteger os sistemas, os serviços públicos devem implementar fortes estruturas de segurança cibernética e cumprir padrões regulatórios rigorosos.

Além disso, as redes inteligentes exigem maior conscientização do consumidor. Muitas pessoas desconhecem os benefícios e são cautelosas quanto à adoção de novas práticas energéticas. Campanhas educacionais e programas de incentivo, como uso de energia fora do pico, podem aumentar a aceitação e a participação mais amplas.

As redes inteligentes já causaram impacto em todo o mundo. Em Amsterdã, projetos como o City-Zen modernizaram edifícios com tecnologias de eficiência energética, enquanto a Flexpower otimiza o carregamento de veículos elétricos. O Projeto Pecan Street em Austin, Texas, permite que os proprietários monitorem seu uso de energia, definam orçamentos e até vendam o excedente de eletricidade de volta para a rede. Enquanto isso, o Operador Independente do Sistema da Califórnia (CAISO) emprega sistemas automatizados para equilibrar energia renovável com demanda em tempo real, garantindo um fornecimento de energia estável e eficiente.

A jornada à frente

O futuro das redes inteligentes tem um potencial ainda maior. As tecnologias de IA e IoT automatizarão ainda mais as operações da rede, permitindo respostas mais rápidas às flutuações de demanda e reduzindo interrupções. A tecnologia blockchain pode introduzir negociação segura de energia ponto a ponto, promovendo, portanto, mercados de energia locais. Protocolos de segurança cibernética fortalecidos protegerão sistemas cada vez mais complexos de ameaças emergentes, garantindo sua confiabilidade.

Espera-se também que os consumidores desempenhem um papel mais ativo no ecossistema de energia. Com maior acesso a dados em tempo real, os indivíduos podem ajustar seus hábitos de consumo, contribuindo para a estabilidade e eficiência da rede e reduzindo suas contas de energia.

As redes inteligentes estão redefinindo o gerenciamento de energia ao integrar tecnologia e sustentabilidade para criar um futuro mais eficiente e resiliente. À medida que a adoção cresce, elas oferecem uma visão convincente de uma economia de energia mais inteligente e verde que beneficia a todos.

Algumas bases instaladas de Smart Grid no Brasil são:

  • Smart Grid Light (Light): Localizado no Rio de Janeiro, com 400.000 consumidores
  • Smart Grid (AES Eletropaulo): Localizado em Barueri e outras localidades de São Paulo, com 84.000 consumidores
  • Cidade Inteligente Aquiraz (Coelce): Localizado em Fortaleza, Ceará, com 19.000 consumidores
  • Paraná Smart Grid (Copel): Localizado em Curitiba, Paraná, com 10.000 consumidores 
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