Pesquisas

Estudo aponta riscos na aplicação de IA no setor financeiro

Análise da Capco destaca os principais casos de uso e os cuidados para melhor aproveitamento dessas tecnologias 

O setor financeiro precisa estar alerta para o uso de tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e Realidade Virtual (RV) no cuidado dos dados e dinheiro de seus clientes. Esse é um dos avisos do estudo “As tecnologias de vigilância AI+RV melhoram a inclusão ou nos transformam em sapos ferventes?”, em tradução livre, feito por especialistas da Capco, consultoria global de tecnologia em finanças. 

De acordo com a Capco, os bancos precisam se adequar às mudanças sutis que, no futuro, terão enorme impacto. A expressão “sapos ferventes” é uma metáfora que faz referência à incapacidade das pessoas de reagir a mudanças significativas que ocorrem gradualmente ou a eventos que se tornaram lugar-comum. 

É importante ressaltar, porém, que sem consentimento, a vigilância, mesmo que por IA, pode ser uma violação do direito humano básico de liberdade e ao direito de liberdade de opinião e expressão. É importante que os envolvidos tenham informações sobre o tipo de rastreamento a que estão expostos e que podem influenciar seu comportamento, diz o estudo. 

Aplicação da tecnologia no trabalho 

São muitas as aplicações que buscam gerar dados sobre os funcionários de uma empresa. Alguns buscam, por exemplo, fortalecer a cultura e outros a existência de silos, por exemplo. Mas, nem sempre as tecnologias são bem usadas e muitas vezes acabam tendo impacto negativo, segundo algumas pesquisas. Assim, apesar dos riscos, há também potenciais benefícios, como: 

1) Melhoria no acesso ao trabalho, atendimento ao cliente por chat online, abrindo a economia e criando empregos. As tecnologias são capazes de identificar quando os usuários ficam presos em alguma situação e, portanto, quando precisam disponibilizar o uso de funções de chat ao vivo para obter ajuda. 

2)Melhoria na inclusão: integração virtual de funcionários e realidade virtual ajudam a encobrir certas características por escolha do colaborador e a tornar a experiência mais positiva para o indivíduo. 

3) Campo de jogo nivelado: o uso de RV em um ambiente de trabalho pode ser usado como ferramenta para nivelar o campo de jogo e remover viés. Deve promover a igualdade onde as pessoas serão julgadas mais pelas ações do que pela aparência física. 

4) Personalização para otimizar o ambiente pessoal: Isso significa a imersão total em realidade aumentada (RA). As empresas podem oferecer aos trabalhadores híbridos mais opções nos ambientes em que eles trabalham, ao permitir que o colaborador ajuste o ambiente – por exemplo, intensidade da luz e som – à sua preferência. 

5) Quebra das barreiras linguísticas: a conversa com colegas em escritórios no exterior geralmente é numa única linguagem compartilhada e por isso pode excluir outras pessoas, dificultando progressos. Com os avanços em VR e AR, a tradução pode ser feita em tempo real. 

Outros exemplos de uso 

A tecnologia pode ser aplicada na vigilância em treinamento, já que alguns deles podem ser difíceis de organizar, logisticamente complicados e dispendiosos, como cirurgias médicas. O treinamento por meio de RV é escalável e oferece um maior grau de liberdade para criar e controlar ambientes virtuais, isolando fatores de influência para as melhorias esperadas. Além disso, o treinamento permite a prática repetida de exercícios realisticamente complicados e, consequentemente, melhora as habilidades psicomotoras. 

No entanto, não necessariamente melhora o conhecimento processual específico, anatomia e habilidades de tomada de decisão. Além disso, o desempenho pode estabilizar quando atinge a eficiência máxima. Isso sugere que pode haver limites para o treinamento em RV para as chamadas habilidades abertas, ou seja, as de ambientes variáveis. 

Já no lazer, tendo como ponto de análise o metaverso, muitos observadores esperam que o papel desse ambiente virtual mude além de apenas jogos e impacte muitas partes da sociedade e a economia mundial. De casos de uso industrial à criação de gêmeos digitais para prestação de cuidados de saúde. 

Seja qual for o uso, as questões em torno dos direitos humanos precisam ser bem entendidas para serem respeitadas como no mundo físico. A segurança será primordial, como é com todos os dispositivos de internet das coisas (IoT). No metaverso, todos os dados dos usuários ficam registrados, até mesmo seus movimentos físicos. 

 

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