Negócios

Evento de IoT destacou as possibilidades de inovação na indústria

O Fórum IoT Practices, realizado semana passada em Santa Rita do Sapucaí (MG), discutiu o futuro da indústria conectada. Com foco em aplicações práticas, especialistas debateram como o uso de sensores, automação, monitoramento remoto e compartilhamento seguro de dados já está mudando a operação de empresas em todo o país. O encontro ainda contou com a apresentação oficial da pesquisa “Panorama do IoT no Brasil 2025”.

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Um dos pontos centrais foi a apresentação do conceito de Data Spaces, espaços digitais seguros que viabilizam a troca estruturada e transparente de dados entre empresas e instituições. Para Rogério Moreira, diretor de tecnologia da Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc), a criação desses ambientes é essencial em um cenário cada vez mais orientado à economia de dados.

“Hoje, temos a inteligência artificial como um dos maiores geradores de dados. Mas, para que esses dados possam ser disponibilizados de forma segura e sem conflitos, é essencial saber exatamente onde eles estão. Por isso a importância dos catálogos de dados. Além disso, para que ocorra a troca de informações entre as partes, é necessário estabelecer regras claras, especialmente regras econômicas. É isso que fundamenta os tratados dentro dos Data Spaces”, explicou.

Esse conceito está diretamente conectado ao Programa Open Industry, que será lançado oficialmente no final de abril com o objetivo de estabelecer um ecossistema de compartilhamento seguro de dados entre empresas industriais brasileiras. A iniciativa foca na criação de catálogos de dados, definição de protocolos de interoperabilidade e estabelecimento de regras para governança e segurança na troca de informações.

Setor de saneamento também precisa se digitalizar

Outro destaque foi a digitalização no setor de saneamento, com foco no combate a perdas, detecção precoce de fraudes e vazamentos, além da otimização operacional. Francisco Portelinha, pesquisador do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), demonstrou como sistemas compostos por sensores inteligentes, painéis analíticos e softwares especializados permitem que empresas tomem decisões antecipadas, evitando prejuízos e promovendo o uso eficiente dos recursos hídricos. Também foram apresentados cases de uso da IoT no controle remoto de chaves, religadores e gerenciamento de rede elétrica.

A sustentabilidade e o uso inteligente da água também estiveram em pauta com as apresentações de representantes do agronegócio. Entre os exemplos, destacaram-se sensores multiparamétricos em reservatórios, boias de monitoramento da qualidade hídrica e sistemas automatizados de irrigação para uso racional da água da chuva.

A conexão entre inovação e sustentabilidade foi reforçada pelo professor Pedro Sérgio Monti do Inatel, que apresentou projetos de ponta em conectividade, como redes sensoriais, comunicação via luz visível, recarga remota de dispositivos IoT com drones e superfícies refletoras inteligentes para ampliação de sinal. As soluções exploram tecnologias como edge computing, energização via fibra óptica e comunicação óptica sem fio.

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