Seminário Nacional de Cidades Digitais, no Rio de Janeiro, traz discussões sobre a comunicação como fator de desenvolvimento e o desafio de levar a internet aos municípios brasileiros.
A democratização do acesso à internet e as consequências disso como, inclusão social e maior eficiência administrativa dos municípios brasileiros, foram os temas centrais da segunda edição do Digital Cities – Seminário Nacional de Cidades Digitais, realizado em 16 de abril, no Rio de Janeiro, e promovido pela Network Eventos.
Na ocasião, foram debatidos assuntos como a nova portaria do governo federal que abre a possibilidade de utilização da rede elétrica como “caminho” para a maior disseminação da banda larga no país. De acordo com Marcos de Souza Oliveira, gerente de engenharia de espectro da Anatel, “uma vez que 98% das residências do país têm energia elétrica, essa maneira de acesso à internet pode dar um grande impulso da democratização”.
De fato, é possível afirmar que comunicação é fator essencial para o desenvolvimento econômico, apontou o presidente de Serpro, Marcos Mazoni, que citou estudos sobre o antigo Sistema Telebrás. “O levantamento mostra que, no passado, cada central telefônica inaugurada significava um novo impulso econômico para a região em que se localizava”.
Segundo os especialistas, a inovação que o sistema de telefonia representava no passado, hoje, está atrelado ao uso da internet, mas o alcance do sistema ainda é restrito. Rubens Andrade, da Secretaria Especial de Ciência e Tecnologia do Município do Rio de Janeiro, comentou que “mesmo com toda a evolução da rede sem fio carioca, das 2.300 unidades do município (entre escolas, postos de saúde e outros) apenas 27% estão conectadas”.
Projetos
Uma das maneiras encontradas pelo governo federal para levar os benefícios da comunicação via internet aos municípios brasileiros é a linha de financiamento do BNDES para a modernização da administração tributária e da gestão de setores sociais básicos denominada PMAT – Programa de Modernização da Administração Tributária. Com mais de doze anos de existência o programa atendeu até aqui basicamente aos grandes centros urbanos. Mas “hoje o banco oferece essa linha também a municípios pequenos, de até 50 mil habitantes, o que pode ajudar a estender os benefícios da digitalização a um grande número de municípios do país”, afirmou Jorge Henrique de Araújo Souza, gerente do Departamento de Gestão Pública e Avaliação de Impactos Sociais do BNDES.