Impacto da escassez de profissionais em tecnologia é maior que o custo das soluções e a falta de conectividade de alta qualidade
A pesquisa SAE BRASIL AGRO 2023/2024, realizada pela KPMG com produtores rurais de diferentes portes de todo o País, reforça que a tecnologia está consolidada no agronegócio e que ela é uma forma de acelerar o crescimento. Com essa maturidade, também surgiu um problema que já é comum na indústria tecnológica, que é a falta de mão de obra capacitada, que afeta 38% dos respondentes da pesquisa.
A questão fica acima até do custo da tecnologia (31%) e da falta de conectividade de alta qualidade nas propriedades rurais (18%). Esse último ponto, por sinal, já vem melhorando, sendo que um terço dos produtores já conta com acesso à internet de alta qualidade na sede e em parte da propriedade. Mas 24% têm acesso de qualidade apenas na sede, enquanto 27% só conseguem conexão à Internet de baixa qualidade. Outros 16% são privilegiados: toda a propriedade é coberta com banda larga.
Tecnologias mais usadas
As principais tecnologias usadas pelo agronegócio são: GPS (91%); aplicativos para gestão financeira (85%); aplicativos para gestão agronômica (76%); imagens de satélites (75%); e tecnologias de agricultura de precisão (70%). Apenas 45% dos produtores usam sensores e equipamentos remotos e nenhum usa modelos autônomos – aliás, 56% deles já sabem que esse tipo de máquina já está disponível e que sua disseminação vai ocorrer em menos de uma década.
O mais crítico é que a maior parte dos produtores (34%) não fazem gestão dos dados dos equipamentos agrícolas, ou seja, eles não tem a telemetria de suas máquinas, dificultando a manutenção preditiva. Isso pode acontecer porque ainda não há, entre os fabricantes do setor, uma protocolo de comunicação padrão para captura de dados. É uma demanda de 48% dos produtores de que os sistemas de gestão de dados de equipamentos sejam concentrados numa mesma plataforma.
Entre quem já captura dados telemáticos, 24% usam app do fabricante da máquina e outros 24% preferem usar suas ferramentas internas de gestão, como SAP ou Totvs.
Entre as tendências, 33% dos produtores enxergam que a agricultura de precisão devem trazer bons impactos para o negócio, assim como a adoção de novas tecnologias de automação e eletrificação de equipamentos (27%). Já pelo lado negativo, o que preocupa os entrevistados é que não haverá uma melhora no acesso a soluções de conectividade (40%) e a rapidez da obsolescência da tecnologia (28%).
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