Grandes fornecedoras de data center demonstram dificuldades na hora de implementar seus projetos na América Latina
Com o aumento do consumo de dados, impulsionado por streaming de vídeo e pela inteligência artificial (IA), há uma demanda por mais data centers em praticamente todo o mundo. Os players desse mercado sabem disso, mas se veem em uma situação difícil, já que um projeto de data center precisa de um planejamento cuidadoso antes de ser construído. No Capacity LATAM 2024, evento realizado hoje (12/3) em São Paulo, executivos desse mercado explicaram os principais desafios que eles enfrentam na América Latina.
Santiago Restrepo, CPMO da InterNexa, destacou a principal necessidade que é a redundância de conectividade. O mínimo para que um data center opere com resiliência é ter dois links diferentes cruzando sua estrutura, mas o sonho seria uma operação com quatro fornecedores de conectividade, o que é bem raro na região, segundo ele.
“O setor de telecom precisa nos ajudar a ser mais resilientes e colocar sua rede a favor do nosso serviço”, pediu Restrepo. Ele diz que os players de data center na América Latina precisam trabalhar junto com provedores e operadoras para entregar conteúdo de qualidade, beneficiando clientes de ambas empresas.
Mark Sanchez, senior director of Data Center Deployment – LATAM da Scala Data Centers, também defende uma ação em conjunto com operadoras locais, algo que sua empresa fez para colocar de pé um data center na Coreia do Sul.
Outra questão citada por Sanchez é a falta de materiais, algo que ele percebeu quando a Scala começou a montar seu data center na Colômbia, mas que já tinha acontecido algo parecido no Chile. Como complementa Restrepo, da InterNexa, essa é uma dificuldade característica da região porque ela tem problemas de acesso e infraestrutura, obrigando até mesmo a interlocução com órgãos governamentais.
Por fim, outro grande desafio é a energia. Fora do Brasil há uma dificuldade de encontrar infraestrutura elétrica capaz de entregar a potência necessária para operar grandes data centers, como contou Ricardo Alário Arantes, CEO da ODATA. Segundo ele, é comum que a empresa precise investir em subestações para gerar potências necessárias para entregar a energia necessária.
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