Para 2010 o setor prevê recuperação de 13% no faturamento, norteada por um aumento de 7,5% na produção, reajustes de preços e variação da inflação.
A instabilidade econômica do primeiro semestre de 2009 refletiu no desempenho do setor médico-hospitalar e odontológico, que registrou faturamento de R$ 6,9 bilhões: uma queda de 4,9% em relação ao ano anterior. Apesar de operarem em um setor de produtos considerados essenciais, as empresas enfrentaram a falta de crédito, o corte de gastos do mercado e a contração nos investimentos para aquisição de máquinas e equipamentos, incluindo a área da saúde.
De acordo com levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) realizado para a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo), a valorização cambial também interferiu nos negócios e elevou o déficit da cadeia em 3,6%. Com exportações de US$ 541 milhões e importações de US$ 2,8 bilhões, a balança comercial do setor atingiu US$ 2,2 bilhões.
Recuperação em 2010
Embora o cenário macroeconômico não tenha favorecido as fabricantes, o complexo industrial da saúde continuou investindo e para 2010 estima uma elevação de 13% no faturamento. O número leva em conta o aumento de 7,5% na produção, o reajuste dos preços e a variação da inflação. "As importações também demonstram que há demanda interna e o país tem muito para crescer. Com o avanço tecnológico constante das empresas, a indústria nacional tem capacidade de minimizar a dependência externa. Basta que o Estado utilize seu poder de compra e crie uma política de concorrência mais justa", diz o presidente da Abimo, Franco Pallamolla.
O otimismo da indústria médico-hospitalar e odontológica também leva em consideração as perspectivas de crescimento do país, que deve ultrapassar 5%. Além disso, o ano eleitoral deve fomentar a aplicação de recursos em projetos para a área da saúde. "Neste ano, acreditamos ainda que a Anvisa consiga acelerar os processos de concessão de registro, garantindo mais agilidade e competitividade às empresas. No início deste ano já observamos uma gradativa redução nos prazos", afirma Pallamolla.