Departamento de Justiça dos EUA diz que não precisa mais da Apple para acessar o iPhone de Syed Rizwan Farook, suspeito do ataque em San Bernardino.
Em comunicado oficial enviado hoje ao tribunal de Justiça responsável pelo processo que movia contra a Apple, para que cooperasse com o FBI para quebrar a criptografia do iPhone do suspeito de terrorismo no ataque à cidade de San Bernardino, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) informou que não mais precisa da empresa para acessar os dados do smartphone.
FBI encontra forma de hackear iPhone sem ajuda da Apple
O comunicado enviado ao tribunal informa que o FBI conseguiu quebrar a senha do iPhone de Syed Rizwan Farook,um dos atiradores suspeitos no ataque realizado em 2 de dezembro em San Bernardino, Califórnia. “O governo conseguiu com sucesso acessar os dados armazenados no iPhone de Farook e não mais necessita da Apple”, diz o comunicado o DOJ.
Entenda o caso
Depois de tentar, sem sucesso, quebrar a criptografia do iPhone 5C apreendido com Farook, em 16 de fevereiro o governo dos EUA entrou com pedido na Justiça para que a Apple colaborasse com o FBI escrevendo um programa que permitisse instalar uma “back door” no aparelho para que sua criptografia pudesse ser quebrada.
O CEO da Apple, Tim Cook, reagiu negativamente ao pedido e, em carta aberta publicada no site da Apple no dia 17 de fevereiro, disse que a exigência faria com que a Apple tomasse “uma medida sem precedentes que ameaça a segurança dos nossos usuários”. O governo está pedindo que a Apple crie uma backdoor no iPhone, disse Tim Cook, que afirmou ainda que o que o governo pede é algo que a empresa não possui e também é considerado muito perigoso para ser criado.
“Em mãos erradas, esse software – que ainda não existe – teria o potencial de desbloquear qualquer iPhone em posse física de alguém”, dizia a carta de Cook. A Tim Cook se juntaram outros líderes da indústria de tecnologia, como o CEO do WhatsApp, Jan Koum, e o CEO da Google, Sundar Pichai.
No domingo, 20 de março, o DOJ pediu que fosse cancelada a audiência que estava marcada para 21/03 alegando que “terceiros demonstraram ao FBI um possível método para desbloquear o iPhone de Farook”. “São necessários testes para determinar se o método é viável e não irá comprometer os dados do iPhone de Farook. Caso o método seja viável, deve acabar com a necessidade de auxílio da Apple neste caso como previsto no All Writs Act Order”, apontava o documento.
Pelo anúncio de hoje, o método se comprovou eficaz. O que não diminui a ansiedade e o questionamento dos executivos de tecnologia, já que agora é preciso entender como isso foi feito e até que ponto o método não pode colocar em risco liberdades individuais e privacidade dos cidadãos.