Análise Setorial

Inflação nos supermercados foi de 7,59% em 2014

APAS divulga Índice de Preços dos Supermercados. 

Os preços nos supermercados de São Paulo subiram 0,24% em dezembro em comparação com o mesmo período de 2014, e a inflação já acumula alta de 7,59%, segundo o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE.

A título de comparação com 2013, a inflação acumulada no ano foi de 3,34%, o que evidencia que a aceleração da inflação verificada desde meados de 2013 se manteve em 2014, refletindo em preços mais elevados e persistentes. Os motivos foram desde pressão sobre os custos de produção até menor disponibilidade interna de alguns produtos, seja por redução de oferta ou elevação de demanda.

De acordo com o gerente do departamento de Economia e Pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS), o economista Rodrigo Mariano, a alta esteve diretamente relacionada ao aumento de 0,72% nos preços dos produtos semielaborados (carnes, leite e cereais).

O destaque da elevação é para as carnes bovinas, com alta de 1,81%, e carnes suínas, com alta de 1,83%. Dois fatores devem ser considerados no que diz respeito ao aumento do preço das carnes bovinas: a elevação na quantidade de carnes exportadas, que afeta a disponibilidade do produto no mercado interno; a estiagem, que reduz a qualidade do pasto, sendo necessária a utilização da ração animal, o que encarece o custo da produção.

“Uma menor oferta do produto no Brasil reflete preços mais elevados para o consumidor. O feijão, por exemplo, também apresentou alta expressiva (14,26%) em dezembro, diante do período de entressafra em que se encontra a produção, o que reduz a oferta e disponibilidade do produto no mercado, pressionando a alta nos preços”, diz.

Produtos industrializados – apresentaram alta em dezembro com variação de 0,29%, que esteve relacionada ao reajuste nos preços de derivados de carnes (1,47%). No entanto, vale ressaltar que as quedas nos preços de alguns produtos contribuíram para uma maior estabilidade no segmento de produtos industrializados, como é o caso da variação negativa verificada nos preços dos panificados (-0,98%). Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos industrializados foi de 5,55%.

Produtos In Natura – tiveram queda de 0,40% em dezembro, impactados pela queda nos preços de frutas (-2,09%) e legumes (-3,29%). A queda só não foi maior diante da elevação nos preços dos grupos de tubérculos (4,93%) e verduras (1,96%). Em 12 meses a elevação nos preços dos produtos In Natura foi de 12,47%.

Bebidas alcoólicas – apresentaram alta em dezembro, com variação de 0,27%, reflexo da elevação do preço da cerveja em 0,36%. Em 12 meses a alta nos preços foi de 9,21%. As bebidas não alcoólicas registram queda de 0,83%, diante da redução, principalmente, dos preços de refrigerante (-1,73%). Em 12 meses a alta nos preços foi de 8,80%.

Produtos de limpeza – apresentaram ligeira elevação de 0,08%. Enquanto os preços do sabão em pó tiveram queda de 1,55%, os preços do desinfetante tiveram alta de 1,53%. Em 12 meses, a elevação nos preços dos produtos de limpeza foi de 10,31%.

Artigos de higiene e beleza apontaram alta de 0,28% impactados pela elevação nos preços do creme dental (1,12%). Em 12 meses, os preços dos artigos de higiene e beleza subiram 7,90%.

Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 166,82%.

Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações negativas


Os 10 produtos que apresentaram as maiores variações positivas

 

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