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IoT para mercado B2B vai chegar a US$ 3,29 bi em 2021, aponta Frost & Sullivan

Estimativa toma como base dados da consultoria e expectativas das empresas; setor automotivo desponta no ranking.

Segundo pesquisa da Frost & Sullivan divulgada ontem (11/5), a receita do mercado de Internet das Coisas (IoT) no Brasil foi de US$ 1,34 bilhão em 2016, puxado pela indústria automotiva e a de manufatura. A expectativa agora é que o número chegue a US$ 3,29 bilhões em 2021, com o amadurecimento das verticais já citadas, mas com a participação maior de mercados alternativos.

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Renato Pasquini, diretor de Pesquisa e Consultoria em Transformação Digital da Frost & Sullivan para América Latina, explica que o estudo cruzou informações entre as expectativas das empresas de diferentes setores com a IoT e os dados da própria consultoria, com foco apenas no mercado B2B (entre corporações), contabilizando os rendimentos em hardware (módulos de conectividade, por exemplo), software e serviços ligados a soluções de IoT. “O mercado de consumo ficou de fora, excluindo vendas diretas para o consumidor final”, diz.

A pesquisa aponta que a indústria automobilística será a que mais gastará nos próximos dois anos, uma vez que a telemetria de veículos comerciais representou a maior parte da conexão M2M no mercado brasileiro no ano passado. Mas Pasquini aponta que o setor será revolucionado.

“A conectividade em carros começou com a telemetria e as soluções e aplicativos nas centrais multimídias. A próxima onda agora são os serviços conectados das próprias montadoras”, afirma o diretor. Um exemplo pode ser gerência de assistência técnica preditiva ou mesmo a possibilidade de comercializar carros como serviço, a exemplo da Porto Seguro Fácil, que oferece um veículo com seguro e manutenção por uma mensalidade.

Com o amadurecimento das indústrias automobilística e de manufatura, a área da saúde deve apresentar as maiores taxas de crescimento ano a ano em 2021. De acordo com a pesquisa, tecnologias voltadas aos pacientes são mais fáceis de serem adotadas, como serviços móveis, aplicativos e dispositivos, que levarão o mercado de saúde para consumidores (B2C) a atingir a soma de US$ 610 milhões em 2020.

Utilities também será um mercado relevante, puxado pelos medidores inteligentes na distribuição de energia. Para Pasquini, a expectativa das distribuidoras é cortar gastos com pessoal e erros na medição de energia, bem como fraudes no sistema, além de gerenciar quedas de energia de forma automatizada. “O consumidor também sai ganhando, pois será possível criar um perfil de consumo e baratear a conta daqueles que não consomem energia nos horários de pico”, explica.

Incentivo público

Mas para que isso seja possível, é preciso que haja um ecossistema de inovação e IoT no país, onde Pasquini enxerga que estamos atrasados. “Pensando em cidades inteligentes, por exemplo, os grandes centros não estão demandando tanto investimento em inovação e tecnologia para a área”, afirma. Até mesmo as startups e a infraestrutura de conectividade não avançam com a intensidade necessária para que projetos de cidades inteligentes se desenvolvam.

Ele afirma que o Brasil precisa criar uma agenda digital para prover mais serviços digitais para o brasileiro e a Internet das Coisas deve entrar nesse meio. A iniciativa do BNDES, com seu plano de ação para IoT, é um importante condutor de políticas públicas para o país, mas é preciso que as metas sejam reais e alcançadas. “A expectativa é que ele dê um direcionamento do que o governo pretende com a tecnologia e quais as melhores áreas para investir e desenvolver, focando nos pontos fortes do Brasil, como a agricultura”, espera Pasquini.

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