Ana Mees comanda um time de 30 pessoas numa das principais GovTechs do País. A IA (inteligência artificial) já é utilizada pelas prefeituras de RS, PR, MG, SC, SP.
Ampliar a presença feminina no mercado de tecnologia ainda é um desafio a ser superado no País. Menos de um terço dos postos de trabalho no setor são ocupados por mulheres. Muito conhecimento e domínio técnico são essenciais para superar obstáculos e conquistar respeito. Engenheira Eletricista e da Computação e também Engenheira Biomédica formada pela Duke University, uma das instituições de ensino mais prestigiadas dos Estados Unidos, Ana Luiza Mees hoje comanda um time com 30 pessoas – cinco mulheres – na IPM Sistemas, especializada na transformação digital de cidades brasileiras. Seu foco de atenção é pouco convencional: a aplicação da inteligência artificial na melhoria de processos gerenciais e de decisão na gestão pública.
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Mestranda em Inteligência Artificial com ênfase na área da saúde na também norte-americana Johns Hopkins University, Ana, hoje com 24 anos, liderou o desenvolvimento da Dara. Apresentada ao mercado em 2023, a inteligência artificial é capaz de antecipar o prognóstico de doenças como AVC, diabetes e infartos e contribui com a melhoria da gestão em outras áreas. Pela análise de milhões de dados, não só prevê a evasão escolar como alerta o gestor público sobre as causas mais prováveis que afastam alunos dos bancos escolares. Também cruza informações de diferentes fontes para indicar ao gestor a localização ideal e a capacidade de atendimento necessária de diferentes estruturas do serviço público, como creches ou postos de saúde.
Ana, que já atuou no BTG Pactual e na consultoria global McKinsey, começou as pesquisas com inteligência artificial em 2020, na Duke University, e é uma entusiasta da aplicação da tecnologia no setor público. “A IA pode contribuir com o aumento da eficiência do gasto público e da gestão, o que tem impacto direto na vida das pessoas. Ao saber que crianças abandonam a escola por dificuldades em uma determinada matéria, por exemplo, o administrador tem a oportunidade de buscar soluções. Nessa situação hipotética, investir no treinamento de professores ou em turmas de reforço pode ser uma boa alternativa”. Ela diz que há diversas outras possibilidades de ganhos de eficiência gerados pela IA.
Por isso, acrescenta, a IPM Sistemas está investindo R$ 30 milhões em estruturas para desenvolvimento de inteligência artificial. Entre os equipamentos adquiridos está um GPU, capaz de realizar processamento de informação com grande velocidade e adequado para acelerar a “aprendizagem” dos modelos de machine learning.
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