Propaganda enganosa é o golpe mais utilizado pelos cibercriminosos.
Um estudo nacional feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontou que 54% dos consumidores brasileiros foram vítimas de ciberataques nos últimos 12 meses. Segundo os especialistas das duas organizações, esta porcentagem é alta e simboliza 5,4 milhões de brasileiros, somente nas capitais do País. A pesquisa também constatou os golpes mais frequentes e traçou um perfil mediano das vítimas dessas ameaças maliciosas.
17% das empresas vítimas de cibercriminosos têm estratégia de segurança
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Em relação aos ataques mais utilizados pelos cibercriminosos, foram identificados pelos pesquisadores 19 modalidades diferentes de golpes, normalmente encontrado no comércio, no setor de serviços, no sistema bancário e na internet.
O golpe mais mencionado pelos consumidores consultados foi a propaganda enganosa, com um em cada três casos (31%), seguida pela prática de entregar um serviço diferente do que foi inicialmente contratado, com 21% dos casos. Empecilhos na hora acionar a garantia após a aquisição de um produto e problemas com combustível adulterado aparecem na sequência da lista, com 12% e 10% dos casos, respectivamente.
Outro intuito do estudo foi também identificar o perfil das vítimas. Entretanto, os pesquisadores notaram que não existem características específicas entre os fraudados como idade, escolaridade e classe social, mas sim uma semelhança de comportamento e conduta entre eles.
Para chegar a essa conclusão, os entrevistados foram separados em três grupos, sendo de baixo, médio e alto risco, baseado na predisposição de cada um a correr perigo em situações simples do cotidiano como dirigir fora do limite de velocidade, ter ou não o costume de passar antivírus atualizado no computador ou a mania de mudar as senhas de e-mail ou de cartões.
A partir dessa divisão, a pesquisa revelou que grande parte dos consumidores, entre vítimas e não vítimas se dividem entre indivíduos de médio risco, com 40%, e alto risco, com 43%. Os outros 17% foram pessoas de baixo risco. “Só 17% foram considerados consumidores de baixo risco. Isso indica que, no geral, o consumidor brasileiro tende a ter um comportamento não muito cuidadoso, o que, segundo o estudo, também aumenta a probabilidade dessa pessoa ser vítima de uma fraude”, comenta o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.
Segundo José Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz — uma iniciativa do SPC Brasil —, a maioria dos consumidores desconhecem dos próprios direitos e dos deveres que os fornecedores precisam cumprir. “Em muitos casos os consumidores são fraudados e acham que estão lidando com uma situação normal. Esse desconhecimento é grave, porque deixa o golpista impune, estimula novas práticas e dificulta a vida do consumidor na hora de buscar um possível ressarcimento”, avalia.