Mulheres pretas e pardas ainda têm remuneração menor que homens brancos, mas discrepâncias entre salários cai, especialmente para gestoras
A nova edição da pesquisa State of Date, que contou com respostas de 5.200 profissionais de dados no Brasil, mostra que essa carreira segue com grande atratividade, justificada especialmente pela remuneração, que continua em alta e acima da inflação, principalmente para profissionais com alto nível de senioridade. O ponto mais positivo é um pequena queda na disparidade entre homens e mulheres.
Na pesquisa atual, em relação aos homens brancos, mulheres pardas e pretas recebem 8,9% a menos no nível júnior, 5,1% e 14,2% nos níveis pleno e sênior, respectivamente. Já nos cargos de gestão, a diferença atinge seu pico, 16,8%. Em 2022, a diferença entre homens brancos e mulheres pretas e pardas era maior em todos os níveis: 10,2% para júnior, 12,5% e 12% nos níveis pleno e sênior e 23,1% no nível de gestão, representando um gap menor, especialmente entre os gestores.
No entanto, a diversidade na área de dados ainda é um desafio. A maioria dos respondentes ainda é integrada pelo gênero masculino (76,2%) e a participação de outros gêneros na amostra alcançou apenas 23,8%, abaixo dos 24,5% obtidos na edição anterior. A maior discrepância entre grupos é entre homens brancos e mulheres pardas e pretas, que chega a 24,6%.
Outro ponto de atenção é a diferença salarial entre homens e mulheres ocupando cargos de liderança, que pode chegar a 32% no começo da carreira. De forma geral, mulheres brancas recebem cerca de 15,5% a menos do que homens brancos e mulheres pardas e pretas recebem em média 12,6% a menos do que homens pardos e pretos.
Preferência dos profissionais
O formato de trabalho também é um dos pontos mais valorizados pelos colaboradores da área de dados e 74,8% deles afirmam que buscariam outra oportunidade em regime remoto ou híbrido caso a empresa volte ao presencial. Mais de 46% dos profissionais trabalham no modelo 100% remoto, e a preferência por esse modelo vem aumentando ao longo dos anos.
Embora 73% dos profissionais estejam satisfeitos com a empresa atual, a falta de oportunidade de crescimento no emprego atual é o maior motivo de insatisfação entre quem não está feliz. Já o principal critério levado em consideração pelos profissionais de dados na hora de escolher uma empresa é a remuneração (81,0% do total de menções em 2023 versus 75,2% em 2022).
Por fim, a inteligência artificial generativa, que ganhou destaque no último ano, surge como uma ferramenta que 62,5% dos respondentes da pesquisa afirmam utilizar em suas empresas. No entanto, a relevância para cada setor é diversa – enquanto no varejo essa tecnologia não é priorizada (40%) ou sequer está em uso (17,5%), no segmento de tecnologia/digital ela é a principal prioridade (19,6%) ou está entre os focos da companhia para os próximos anos (26,5%).
Contudo, a aplicação de IA generativa é, em grande parte, realizada por conta própria, por meio de soluções gratuitas para 67% dos respondentes, enquanto apenas 7% dos respondentes afirmam utilizar soluções pagas fornecidas pela empresa.
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