VoIP

Nova empresa de serviços VoIP vem de fora, mas é brasileira

Com mais de 60 clientes no mundo, Othos Telecomunicação inicia suas atividades no Brasil e tem como meta chegar a 300 clientes até o final de 2009.

O significado é orelha na língua grega, órgão responsável pela principal ação do homem: a comunicação. Trata-se da Othos Telecomunicação sobre IP, que iniciou suas atividades no Brasil a partir desse ano e lançou oficialmente sua marca no evento Netcom 2009. Fundada por Francisco Rocelo Lopes, a companhia nacional opera com telefonia VoIP e, hoje, busca um espaço no mercado competitivo de telefonia brasileiro.
 
Segundo o diretor operacional, Lucas Medeiros, a empresa surgiu de maneira contrária ao que acontece com as outras corporações. Ela iniciou suas operações no exterior dando consultoria de VoIP e só depois resolveu investir no Brasil. “Antes, só atuávamos no exterior por causa da falta de estrutura da internet, que não era legal para o nosso modelo de serviços”, diz.
 
Com presença na Europa, África do Sul, EUA, Caribe e cerca de 60 clientes, a Othos utilizou capital estrangeiro para iniciar suas operações no Brasil. Desde o começo da implementação, em 2006, a empresa já investiu mais de R$ 1 milhão com aquisição de estruturas, estrutura de rede e colocação física de seu escritório.
 
Medeiros prospecta que a estratégia de recuperação dos investimentos será em aproximadamente seis anos, além da meta de chegar ao ponto de equilíbrio – pagar o que se gasta mensalmente -, até outubro de 2010. “No ano que vem, com a Copa do Mundo, os negócios irão melhorar para o setor telecomunicações sobre IP”, diz.
 
O foco da empresa é no setor corporativo, sendo as PMEs. Mesmo antes de iniciar a comercialização de seus produtos, a Othos já possui 30 clientes no Brasil, que utilizam serviços de call Center e hoje utilizam PABX-IP e, a grande maioria, é do Estado de São Paulo.
 
Porém, o executivo alega que as operações no Brasil estão sendo dificultadas com a excessiva burocracia da Anatel. Ele usa como exemplo o processo da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), que obrigou a empresa mudar a primeira nomenclatura porque o termo não se referia a uma empresa de serviço de comunicação. “Estávamos como de provedor de telefonia VoIP e a agência reguladora não aceitou, então mudamos como provedor de acesso a rede de comunicação. Só que a entidade demora para autorizar e nós não conseguimos comercializar”.
 
Atualmente, a licença da companhia para ligações interurbanas é SCM, cujos códigos DDD são realizados por meio de uma parceria com a operadora mineira CTBC. Para o executivo da Othos, por enquanto, não há interesse em mudar para STFC, por causa da concorrência acirrada com outras operadoras e a mudança do foco de investimento.
 
Medeiros acredita que o diferencial da empresa é o modelo de contratação que eles oferecem. Conforme indica, a Othos aluga os equipamentos e a solução de telefonia (comodato) aos clientes, sendo planos pré-pagos com valores mensais a partir de R$ 1.500. Ele afirma que a empresa aluga soluções e serviços sobre IP. Os telefones são de empresas como Cisco e Siemens.
 
Outra estratégia de negócio são as cobranças das tarifas, que para o executivo são as mais baratas para em relação aos concorrentes. “Quem ligar de qualquer lugar para São Paulo gasta R$ 0,06 por minuto e as discagem para os EUA é cobrado R$ 0,12”, diz.
 
Até o momento, a empresa usa como divulgação de marca a distribuição gratuita de sua plataforma VoIP, O2C Simple. Essa solução possui juntamente com o serviço de voz, um aplicativo para o envio de SMS e interface parecida com o iPhone.
 
Medeiros diz que eles resolveram investir no País, por se tratar de uma empresa nacional, criada por brasileiros. Ele também enfatiza que o mercado de VoIP foi queimado por profissionais despreparados e, por isso, a cultura daqui não aceita muito esse produto. “Não se monta em uma empresa de telefonia sobre IP no fundo de quintal. Tem que investir com qualidade para oferecer serviços”.
 
“Estamos com fôlego financeiro para agüentar o inicio dos investimentos. Em resumo, até o final de 2009 queremos chegar a 300 clientes”, projeta Medeiros.
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