Análise Setorial

Número de fusões e aquisições em óleo e gás cresce 50%

Aumento pode ser um sinal de recuperação do setor, que se mostrou estagnado no ano passado. As fusões e aquisições realizadas pela indústria de Óleo e Gás no Brasil tiveram um aumento de 50% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2011. Foram registradas seis transações em 2012, contra quatro nos três primeiros meses do ano passado. A alta é reflexo do aumento do interesse das empresas pela indústria impulsionada pela descoberta do pré-sal e que colocou o País na rota dos investimentos estrangeiros. Os números fazem parte da Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil.

Das seis operações realizadas em 2012, uma envolvia apenas empresas de capital brasileiro (doméstica); uma foi feita por companhia de capital majoritário estrangeiro adquirindo outra estrangeira estabelecida no Brasil (CB4); duas de estrangeiras comprando brasileiras (CB1); e duas de brasileiras adquirindo de estrangeiras capital de empresas estabelecidas no País (CB3). Com essas transações concretizadas este ano, o setor de Óleo e Gás alcançou a 9ª posição no ranking feito pela KPMG, e que inclui ainda outros 41 segmentos, que juntos totalizaram 204 operações no 1° trimestre de 2012, total recorde para este período do ano.

Para o sócio da KPMG no Brasil, Paulo Guilherme Coimbra, o aumento pode ser um sinal de recuperação do setor, que se mostrou estagnado no ano passado. “Alguns fatores contribuíram para manter represadas as transações em 2011, sendo que o setor só voltou a registrar aumento no segundo semestre. Um deles diz respeito à espera do anúncio do leilão de campos de exploração de petróleo pela ANP. Até agora, o governo não acenou com uma data em que serão feitas as concessões no pré-sal, e não se sabe quando ocorrerá a licitação para a camada pós-sal. Mas os investidores sabem que será uma grande oportunidade para realizar investimentos diretos no setor”, analisou o executivo.

De acordo com o sócio, o setor foi tomado por uma onda de investimentos bilionários, que está movimentando a cadeia produtiva de negócios e impulsionando a busca por novas tecnologias. “A euforia dos investidores, principalmente estrangeiros, é grande, e podemos conferir isso na movimentação de compra e venda das empresas. O movimento de investimentos internacionais é uma tendência que prevalecerá nos próximos anos, já que a descoberta do pré-sal representa para eles uma perspectiva de longo prazo interessante”, conclui.

Para o coordenador da pesquisa, Luis Motta, sócio-líder da área de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, o que chama a atenção neste trimestre é a forte participação das empresas estrangeiras no número total de operações. “Das 204, 99 envolveram organizações de fora do país na ponta compradora, sendo 74 de operações do tipo CB1 e 25 do tipo CB4. E, apesar das turbulências internacionais percebidas nos últimos meses, prevíamos de fato que a atividade de fusões e aquisições seguiria aquecida e essa diferença foi mesmo determinada pelo apetite das empresas estrangeiras”, explica.

 

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