Com a aquisição, o Grupo Pão de Açúcar assumirá a liderança do varejo brasileiro, com faturamento anual estimado em R$ 26 bilhões. No entanto, especialista alerta que a fusão pode ter impacto no bolso do consumidor.
Porém, quais serão as consequências dessa união? De acordo com o professor de economia da ESPM, José Eduardo Balian, do ponto de vista da marca, essa foi a melhor jogada de marketing da empresa, já que o Ponto Frio tem forte presença em estados onde o Grupo Pão de Açúcar não atuava anteriormente, como Espírito Santo, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “As lojas do Extra, que já vendiam eletrodomésticos, são responsáveis pela maior parte do faturamento do Grupo e a aquisição do Ponto Frio amplia a oferta da linha branca pelo País”, diz o especialista.
Por outro lado, o professor analisa o cenário econômico como um todo e conclui que o consumidor sairá perdendo. As três maiores redes do País – Wal-Mart, Carrefour e o próprio Grupo Pão de Açúcar – correspondem a 80% das vendas de varejo, o que, segundo Balian, aumenta o poder de barganha das lojas, que resistirão mais na hora de abaixar os preços. “A união de gigantes do varejo está diminuindo a concorrência no setor e, nesse contexto, as lojas ficam mais resistentes em derrubar preços ou oferecer promoções ao cliente”, conta ele.
O Grupo Pão de Açúcar diz que não pretende fechar lojas do Ponto Frio e promete manter os postos de trabalho já existentes na rede e ainda contribuir para a ampliação das oportunidades de trabalho. “Nossa expansão significa também aumentar as oportunidades aos talentos das duas empresas que passam a formar um único Grupo, com capacidade para gerar ainda mais empregos em todo o País”, destaca Abilio Diniz, presidente do conselho de administração da companhia.