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Pesquisa Febraban: ATMs perdem relevância frente ao mobile banking

Pesquisa mostra que caixas eletrônicos têm participação mínima em movimentação financeira 

Foi revelada hoje (29/6) a segunda parte da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, que traz os dados sobre movimentação financeira em 2022. Como não poderia deixar de ser, os canais digitais dominam o cenário, com oito em cada 10 transações ocorrendo em meio digital. Só o mobile banking representa 66% de todas as transações bancárias e cresceu 54% na comparação com 2021. 

Os caixas eletrônicos (ATMs), por outro lado, perdem relevância em uma economia cada vez mais digital. Segundo a pesquisa, as transações em ATMs caíram 27% e representam só 3% do total. Isso é menor até que o número de transações em agências bancárias, correspondentes e contact centers, que foi de 5%. 

No recorte sobre o tipo de atividade bancária realizada em cada meio, o uso maior dos caixas eletrônicos está em contratação de investimentos, mas ainda representa pouco, apenas 13%. Até para consulta de saldos e extratos o ATM está baixo, apenas 2%. Os pagamentos de contas em caixas eletrônicos representam 3%, menor até que correspondentes bancários (22%). 

Força do mobile banking 

O Brasil conta com 469 milhões de contas bancárias ativas e 45% do total são usados no mobile. São 168,5 milhões de pessoas que utilizam mobile banking, sendo que quase um terço só usam este meio.  

O Pix também tem grande relevância neste mercado. São 88,7 milhões de pessoas cadastradas no Pix, aumento de 24% em um ano. Quase metade (48%) do total deles realizaram mais de 30 operações no mês e são considerados heavy users, um aumento de 172% desse perfil. 

Em números de transações, o WhatsApp ainda é ínfimo: representa apenas 0,03%. No entanto, ele ganhou mais tração de 2021 para 2022, passando de 8,9 milhões para 56,2 milhões de transações, alta de 531%, provavelmente pelo alcance maior da função. Metade dos bancos oferecem o canal WhatsApp para realizar transações. 

Uma curiosidade é que a contratação de investimentos acontece mais no internet banking (64%) do que no mobile (13%), mas a consulta se dá praticamente toda no mobile (87%) com apenas 13% no internet banking. Em contrapartida, a contratação de novos seguros acontece quase sempre nas agências bancárias (77%). 

Open finance ainda distante 

A adesão ao open finance foi fraca em 2022. A maior parte dos bancos (80%) só conseguiram o consentimento de 10% de sua base de clientes, sendo que outros 20% dos bancos conseguiram entre 11% e 20% do consentimento de sua base de clientes. Nenhum banco conseguiu ultrapassar 20% de sua base de clientes com consentimento. 

Para os bancos, a adesão de clientes ao open finance permitiu que 75% oferecessem mais produtos financeiros, 69% conhecessem melhor os clientes e 44% conseguissem oferecer serviço de iniciação de transição de pagamentos. 

Uso de tecnologia

Este ano, a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária foi dividida em duas partes. A primeira, apresentada mês passado, mostrou que os bancos gastaram R$ 34,9 bilhões em tecnologia só em 2022, sendo que R$ 12,1 foram investimentos e R$ 22,8 bilhões foram despesas. A expectativa é de um aumento de 29% em 2023, chegando a R$ 45,1 bilhões. 

Dos investimentos em tecnologia, 49% foram em software, 27% em hardware, 6% em telecom e 18% em serviços. Ainda no ano passado, 199 mil pessoas foram capacitadas para trabalhar com a metodologia ágil nos bancos. 

 

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