Ministro das Comunicações defende que o País deve se preparar tecnologicamente, principalmente, para os eventos esportivos em 2014 e 2016.
Durante a cerimônia de transmissão de cargo, realizada segunda-feira (3/1), o novo ministro das Comunicações Paulo Bernardo afirmou que o Programa Nacional da Banda Larga (PNBL) é uma das prioridades de sua gestão; Destacou ainda que a melhoria das condições de vida da população brasileira, ocorrida nos últimos anos, promoveu o surgimento de uma “nova classe média”, que precisa ter acesso garantido à internet rápida e aos demais serviços de comunicação.
“Receberemos, também, dois grandes eventos nos próximos anos, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Desse modo, precisamos nos preparar, inundando o país com redes de comunicação”, ressaltou.
Tal necessidade foi apontada em recente estudo encomendado pela Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) e pela TelComp (Associação Brasileiras das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) para identificar as demandas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) nas cidades que sediarão a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
O estudo revela que os eventos esportivos demandarão cerca de R$ 57 bilhões em investimentos, dos perto de 10% serão destinados a telecomunicações e TI, tanto diretamente, em sistemas de transmissão de dados e imagens; quanto indiretamente, em tecnologias para operação de sistemas de mobilidade urbana e segurança pública.
Somente em conexões de banda larga, previsões de algumas empresas associadas à Brasscom mostram que o Brasil deve atingir 90 milhões de acessos à web até a Copa de 2014, o que gerará um enorme volume de tráfego de dados e voz, exigindo tecnologia de ponta para suportá-lo.
O presidente-executivo da TelComp, João Moura, diz que estas novas tecnologias vão representar uma demanda extraordinária em termos de infraestrutura de redes e serviços de telecomunicações, exigindo investimentos de grande vulto. “Além disso, as estratégias de investimentos devem levar em conta o uso destes novos recursos antes e depois dos eventos, como forma de garantir a utilidade desse legado em benefício da sociedade. Como bem apontou o Ministro Bernardo há que se atender à crescente demanda da classe média emergente. Isto representa oportunidade de negócios recorrentes para as operadoras, e mais e melhores ofertas para o usuário”, afirma.
Segundo Moura, o governo tem um papel importante a desempenhar nesse cenário, a partir de políticas claras e que incentivem o setor. “O mercado espera uma boa dose de pragmatismo na definição de políticas por parte do governo federal. Com certeza, priorizar o incentivo à competição será muito importante para fomento à inovação e atração de novos investimentos”, conclui.