NegóciosPolíticaÚltimas

Preço do espectro estipulado por governos latinos diminui qualidade de serviços móveis, afirma GSMA

Segundo relatório, as políticas públicas afetam a prestação de serviços 4G e 5G em toda a região. Na América Latina, os preços são 60 por cento mais elevados que na Europa

Para a Associação Global do Ecossistema Móvel (GSMA, na sigla em inglês), as decisões tomadas pelos reguladores sobre o preço do espectro de radiofrequência podem exercer impacto negativo na qualidade e no custo dos serviços de banda larga móvel. O ponto de vista é embasado no relatório “Eficácia na fixação dos preços de espectro na América Latina: políticas que fomentem serviços móveis de melhor qualidade e mais acessíveis”, divulgado hoje (15/2), realizado em 15 países da região.

GSMA pede política que viabilize nova onda de investimentos em telecom

Anatel pretende lançar edital de leilão de frequência nacional remanescente de 4G

Segundo o estudo, as políticas de espectro na América Latina estão afetando a entrega de serviços móveis de qualidade para consumidores em toda a região. Os índices de preços do espectro, que são quase duas vezes maiores do que na Europa, impõem séria pressão financeira sobre a indústria, o que afeta a entrega de redes de próxima geração.

Embora os leilões continuem sendo um meio efetivo de concessão, os reguladores devem adotar políticas que se concentrem na maximização dos benefícios a longo prazo à sociedade, ao invés de aumentar o custo de espectro para ganhos a curto prazo, diz o relatório. A GSMA diz que os países latinos que não disponibilizam espectro para redes 4G e 5G e inflacionam artificialmente o preço estão reprimindo suas economias digitais, atrasando inclusão digital e prejudicando os consumidores.

Por que os governos devem mudar?

Segundo o relatório, os altos preços de espectro para ampliar capacidade não são consequência das forças de mercado, mas sim resultado de decisões políticas, onde os reguladores fixam um elevado preço de reserva e inflacionam os valores na região. A disponibilidade futura de frequências obriga as operadoras móveis a aceitar esses preços mais altos, para garantir competitividade a longo prazo em seus respectivos mercados.

O relatório confirma o vínculo entre o total gasto em espectro e o preço dos dados, argumentando que custos menores de espectro teriam um impacto positivo na adoção de serviços por consumidores e empresas. Além disso, sugere que custos elevados também podem impedir incentivos à concorrência de preços.

O relatório incentiva os governos e reguladores latinos a avaliar como suas políticas afetam o preço e a disponibilidade de espectro, visto que as redes 4G e 5G requerem quantidades crescentes de espectro. O relatório levanta as seguintes recomendações fundamentais de políticas públicas:

  1. Definir preços de reserva modestos abaixo do valor de mercado esperado e assegurar que as taxas anuais não sejam proibitivas.
  2. Oferecer espectro para o mercado em tempo hábil, proporcionar às operadoras um roteiro sobre a disponibilidade e a liberação futura de espectro, para que conheçam os requisitos antecipadamente.
  3. Evitar condições de licença onerosas, garantindo que os termos da licença sejam suficientemente longos e que os licitantes tenham garantias de renovação apropriadas para poder obter retornos adequados dos investimentos em infraestrutura de rede.
  4. Adotar as melhores práticas no planejamento de concessões que priorizem eficiência, e não receitas.
Newsletter

Inscreva-se para receber nossa newsletter semanal
com as principais notícias em primeira mão.


    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *