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Professores avaliam que aulas online aumentam interação com alunos

Enquanto os alunos entendem que o ensino a distância é necessário para manter os estudos em dia – apesar de reconhecerem que não é tão bom quanto o método tradicional – os professores enxergam que há mais interação com alunos. Ainda não está claro o que aumenta a participação dos alunos nas aulas, mas Rubens César, coordenador pedagógico do curso pré-vestibular Vetor, em São Paulo, aponta que o fato de estarem sozinhos em casa possa ajudar os alunos a serem mais desinibidos.

Para estudantes, aulas virtuais ajudam, mas não substituem modelo de ensino presencial

Ele, que também dá aulas no cursinho, explica que professores e alunos estão utilizando a plataforma Zoom para realizar aulas “ao vivo”, no mesmo horário em que teriam suas matérias, há cerca de dez dias. “Deixamos as câmeras dos alunos abertas para facilitar a interação”, diz. A iniciativa também ajuda a monitorar se os alunos estão focados na aula.

O campus de Maceió (AL) universidade Estácio também adotou aulas online nos horários normais de aulas. Lá, os estudantes usam ferramentas do Office 365 e o Microsoft Teams para manter os estudos em dia desde 23 de março. O professor de Sistema de Informação e Rede de Computadores da Estácio, Thiago Ávila, também viu aumentar a participação de alunos nas aulas em comparação com o ensino tradicional e afirma que a tecnologia aumenta a interatividade.

Ele também aponta que as aulas digitais – que é como ele chama esse método – traz vantagens para alunos que moram longe da faculdade. “Aqueles que se deslocam mais estão trazendo feedbacks positivos, mas não são os únicos. Estudantes de TI, mais familiarizados com a tecnologia, também gostaram da nova ferramenta. Já os alunos de Educação Física, curso para o qual Ávila também leciona, sentem mais dificuldade”, comenta, dizendo que, neste caso, são problemas técnicos.

Problemas técnicos têm sido um desafio também para os alunos do Vetor. “A conexão (na casa dos estudantes) pode ser um problema, por isso gravamos as aulas para quem não tinha acesso à Internet na hora da aula”, explica. O professor Rubens Cesar também afirma que essas aulas sobem para um grupo no Facebook, mas são apagadas um dia depois, para que os alunos sejam mais estimulados a participar da aula ao vivo.

Na Estácio, Ávila diz que a conectividade chega a ser um problema na hora da transmissão do vídeo, mesmo deixando claro que o Estado de Alagoas tem uma boa cobertura de fibra óptica. Ele não tem caso de aluno sem acesso à internet.

Adaptação de professores

Ávila também aponta uma mudança no comportamento dos professores na forma de ensinar. “Há uma mudança de cultura, pois muitos deles não sabiam que era possível ensinar dessa forma. A metodologia muda e os alunos também precisam se adaptar”, afirma. “Manter o foco é o desafio, mas é um ensino mais interativo, mesmo comparado com aulas presenciais.” Segundo ele, os professores podem usar a plataforma para mostrar um vídeo ou algum artigo durante a aula.

César reconhece que a plataforma é a mais apropriada para este momento e que é a forma de manter o calendário sem atrasar a vida dos alunos. No entanto, para ele, a aula presencial é “infinitamente superior”. “Para nós, que damos aula em cursos pré-vestibular, a descontração na sala é uma ferramenta pedagógica e isso se perde com o novo formato.”

O professor da Estácio, porém, acredita que este cenário vai transformar o setor da educação. Para ele, o momento é de oportunidade e as instituições que estavam mais preparadas para implementar esta transformação digital largaram na frente.

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