Atar Band é o primeiro eletrônico ‘vestível’ desenvolvido no País para substituir o cartão de crédito.
O catarinense Orlando Purim Júnior, 24 anos, nunca gostou de bolsos. Sempre achou incômodo a sensação de carregar coisas demais neles, como celular, chaves e, principalmente, carteiras. A solução encontrada por Orlando e seus amigos Luiz Fernando Heidrich e Mike Allan para “livrar” as pessoas desse desconforto foi além do que simplesmente deixar algumas coisas em casa ou carregar uma mochila: o trio criou a Atar Band, uma pulseira para pagamentos que quer substituir o cartão da carteira dos brasileiros, se tornando o primeiro “vestível” para pagamentos do Brasil.
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A demora para desenvolver o produto tem motivo. O intuito do trio era ter um dispositivo de fácil uso e grande alcance. Eles resolveram usar a tecnologia NFC (comunicação de campo próximo, de cartão de crédito e débito espalhadas por pontos de venda em todo o País. “A tecnologia já está disponível em larga escala, mas ninguém usa. Queremos avançar neste mercado e inovar como os bancos ainda não fizeram”, afirma o empreendedor.
Além do alcance, a tecnologia NFC também torna o uso da pulseira de pagamentos mais simples. Para realizar um pagamento, basta que a pessoa aproxime o acessório da máquina de cartões. Em alguns segundos, aparece a opção de digitar a senha e, em seguida, a compra é concluída. O valor é debitado de uma conta corrente virtual que pode ser gerenciada por meio do aplicativo da ATAR.
“Fizemos testes com usuários e a percepção de segurança é grande, pois é só aproximar a mão e colocar a senha”, defende Purim. “É mais discreto.”
Altos e baixos. O grande diferencial da pulseira perante os outros vestíveis do mercado, como o Apple Watch, é a ausência de bateria. A pulseira possui apenas uma antena para conexão NFC com a máquina de cartões e aproveita a energia da máquina de cartões. “Um dos grandes motivos das pessoas desistirem de vestíveis é a bateria”, afirma Purim. “Imagina se você não consegue realizar um pagamento por isso?”
Entretanto, a pulseira ainda apresenta alguns entraves, que fazem a diferença na experiência dos usuários: a necessidade de “recarregar” a conta-corrente virtual por meio de um pagamento por boleto. Trata-se da única opção de “carregar” dinheiro na pulseira para pagamentos.
Funciona assim: a pessoa acessa o aplicativo da Atar e solicita a emissão de um boleto com valor determinado. Ao pagar o documento, é preciso esperar o valor ficar disponível na pulseira, que é vinculada ao aplicativo. Somente a partir deste momento é que seu dono poderá efetuar compras sem usar cartão.
Por enquanto, Purim afirma que não será possível eliminar a etapa do boleto, já que uma parceria da ATAR com operadoras de cartões exigiria o cumprimento de uma série de regulamentos e, principalmente, a inclusão de baterias no dispositivo.
A pulseira da ATAR será lançada em um momento em que grandes empresas de tecnologia começam a olhar para o mercado brasileiro de pagamento móvel no País.
É o caso da Apple que, segundo fontes do mercado, deve trazer o seu sistema de pagamentos Apple Pay para o Brasil até o final de 2016. O funcionamento do sistema é parecido com o da pulseira: por meio da tecnologia NFC, usuários conseguem concluir compras ao aproximar o celular das máquinas de cartão. Ao contrário da pulseira da Atar, porém, basta cadastrar os cartões de crédito no serviço. A empresa não confirma os rumores, mas há bancos interessados em parcerias com a companhia.
Já o Samsung Pay, que possui funcionamento idêntico ao Apple Pay, foi oficialmente anunciado no País pela empresa sul-coreana e deverá ser lançado até o final de 2016. Até o momento, oito instituições financeiras já firmaram parceria com a Samsung, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander, Porto Seguro e Nubank.
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