*Por Alexandre Paoleschi
Atuo no mercado de TI há mais de 25 anos. Nesse período, já me deparei com diferentes dúvidas de profissionais da área, colaboradores de diferentes áreas e líderes de negócio. As incertezas e os dilemas são variados e se alteram no passo da evolução da tecnologia e das novidades que chegam nas organizações. Mas, entre os dilemas, um que ainda confunde a cabeça de muita gente é sobre a eficácia ou não de uma solução de monitoramento. Por isso, resolvi abordar nesse artigo quatro dos grandes mitos da ação de monitorar:
1. A ferramenta mais popular é a melhor!
Pode acontecer, mas essa não é uma regra. Quando o assunto é monitoramento de ambiente de TI, muitos líderes de negócio e tecnologia escolhem a ferramenta com base apenas no preço ou na popularidade. A recomendação é que se escolha a solução que seja mais adequada para o negócio, considerando os riscos que o ambiente digital corre, observando o valor que ela vai agregar à operação. Não se esqueça de considerar também a complexidade de implantação e a quão fácil ou difícil é para encontrar profissionais para suportar esta solução.
2. A configuração correta dos níveis de alerta já garante a proteção do ambiente
Mito. Monitorar vai muito além de instalar ferramentas e configurar os níveis de alertas, o que já é um grande passo, mas, para que a gestão dos riscos seja completa, é preciso um acompanhamento diário dos alertas e com olhar apurado e dedicado. E, sem dúvida, devemos devemos incluir na lista uma boa documentação e controle de processo. Isso é possível com a união entre a solução adequada para o negócio e profissionais treinados quanto aos processos e à operação da ferramenta, com capacidade e autonomia para agir quando um alerta surgir.
3. É possível traçar planos de melhoria apenas com base nos chamados registrados
Possível é, mas não é necessariamente eficaz. Na maioria das vezes, os gestores tratam os planos de melhorias com base nos chamados registrados, porém existem outros fatores relevantes que não aparecem neste tipo de análise. Exemplo disso é o que ocorre com os links de dados. As empresas investem muito em contingência de links de dados, porém continuam controlando os KPI’s com base no número de incidentes (ticket), quando na verdade deveriam passar a controlar com base na disponibilidade do ambiente como um todo.
4. Diante de um incidente, uma ação corretiva padrão é o suficiente
Mito. Devemos olhar para o ambiente digital com uma visão de impacto ao negócio. Esse mesmo olhar deve ser adaptado a cada incidente. Por exemplo, um que ocorre às duas horas da manhã, provavelmente se traduz em menos impacto negativo se comparado a outro que acomete o sistema às duas horas da tarde. Os riscos também podem ser potencializados em períodos de fechamento ou sazonalidade de vendas ou de produção, por exemplo.
A capacidade de agir em tempo real é fundamental para a boa operação do monitoramento. Mas a ferramenta só será realmente útil quando se agrega a ela uma visão de impacto ao negócio. Do contrário, os alertas tendem a ser esquecidos ou negligenciados e, no lugar de monitoring, sua empresa terá um “moniboring”. *Alexandre Paoleschi é CEO da KYMO.
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