Há redundância de energia e equipamentos podem funcionar por 12 horas, em casos extremos, como queda de todas as fibras.
Indo na ‘contramão do sistema’, o Aeroporto Internacional de Guarulhos destina cerca de 13% do orçamento da área de TI à segurança da informação. As empresas, de um modo geral, aplicam em média 4% do orçamento da área em segurança, segundo dados divulgados pela Arcon. Na instituição administrada pelo Consórcio Grupar e o Governo Federal, do valor direcionado à segurança 10% é aplicado em investimentos, para fazer upgrades nos sistemas pelo menos uma vez em cada quatro ou cinco anos; e 3% na manutenção da operação, realizada anualmente.
Evitar cibercrime também será papel do Brasil na Copa do Mundo
O aumento de ataques DDoS exige blindagem, e nos aeroportos não é diferente. As instituições também são visadas por cibercriminosos, e ameças, roubos de dados sensíveis, podem ser fatais. De olho nesse cenário, o Aeroporto Internacional que atende cerca de 35 milhões passageiros por ano e receberá milhões de turistas durante a Copa do Mundo FIFA 2014 e nos Jogos Olímpicos RIO 2016, desde o ano passado tem reformado toda a sua infraestrutura, não apenas física – no novo terminal de passageiros TPS3, que terá capacidade para mais 12 milhões de pessoas -, mas tecnológica, afim de se proteger contra possíveis ameaças.
Nesse projeto já foram instalados data center com sala cofre, aplicações e firewalls para reforçar camadas de segurança, além de novas arquiteturas que também nortearam a modernização de segurança dos dados. “Houve uma transformação no aeroporto, ele era operado com um conjunto de aplicações que substituímos ao longo do segundo semestre do ano passado, e estamos finalizando esse ano”, explica o diretor de TI do Aeroporto Internacional de Guarulhos. “Nós desativamos as aplicações anteriores, e estamos substituindo todas elas, inclusive as de infraestrutura. Ano passado, construímos um data center sala cofre, o ambiente mudou no ponto de vista de hardware e aplicações”, reforça o diretor de TI do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Luiz Ritzmann.
De acordo com o gestor, o diferencial de um aeroporto é a certeza de que “se o mundo cair a sua volta, você continua operando”, e comenta que Guarulhos tem capacidade para que, em casos extremos, como queda de todas as fibras, de todas as redundâncias de energia elétrica, o local funcione por 12 horas,“garantindo que coloque todo mundo ao redor em solo, com segurança. Essa é uma prática do mercado aeroportuário mundial”, ratificou.
Segurança nas redes
Ritzmann conta que o site do Aeroporto de Guarulhos e a rede operacional não são integrados fisicamente, no entanto, estão totalmente blindados. “Temos todo um conjunto de firewalls de alto desempenho que protegem a rede interna, e isso é separado do site do aeroporto”, e em relação a segurança dos servidores, ele completa: “os nossos servidores têm uma camada de firewalls e um balanceador de tráfego excessivo nas duas entradas. O que aeroporto fez, do ponto de vista da arquitetura, é que em cima de todas as aplicações existe um outro sistema que é especialista em autenticação de identidade lógica”.
WiFi
No Brasil, os aeroportos têm ampliado o acesso ao WiFi em parceria com as operadoras. O Aeroporto de Internacional de Guarulhos tem operação em conjunto com a provedora norte-americana Boingo, que gerencia possíveis vulnerabilidades nessa rede. Ritzmann ressalta que, caso o passageiro acesse sites que não são confiáveis, a rede e a operação do aeroporto não têm nenhum controle sobre a situação, no entanto, não são afetados. “Ela (a rede da Boingo) é apartada. Quem tem que se proteger é o dono do equipamento, pois ele está entrando em uma rede pública”, completa.