Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo concentram melhores remunerações do país para profissionais criativos.
Os profissionais da Indústria Criativa do Brasil, que atuam em áreas que têm a criatividade como parte principal do processo produtivo, como Artes; Música; Publicidade; Design; Moda; Engenharia e Computação apresentam remuneração média quase três vezes maior do que a média nacional. Enquanto o rendimento mensal médio do trabalhador brasileiro é de R$ 1.733, o dos profissionais criativos chega a R$ 4.693. Os dados estão na terceira edição do estudo ‘Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil’, produzido pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
A pesquisa traz um levantamento completo, com dados de 2011, sobre os 14 segmentos que integram a Indústria Criativa, revelando as dez maiores profissões criativas em âmbito nacional, as dez melhores remunerações, salário médio dos trabalhadores criativos por estado, quantidade de empregados por segmento, além da participação do PIB Criativo no país, com um comparativo internacional.
O mercado formal de trabalho do núcleo criativo é composto por 810 mil profissionais (1,7% do total de trabalhadores brasileiros). Há 243 mil empresas no núcleo da Indústria Criativa do Brasil, com um PIB equivalente a R$ 110 bilhões, 2,7% do total produzido no país. Isso revela que o Brasil está entre os maiores produtores de criatividade do mundo, na frente de países como Itália (PIB Criativo de R$ 102 bilhões) e Espanha (R$ 70 bilhões).
As 10 maiores profissões criativas do país
Arquitetos e Engenheiros estão no topo da lista como os profissionais mais numerosos da Indústria Criativa, com 229.877 empregados formais. Em seguida, com 50.440 trabalhadores, aparece o Programador de Sistemas de Informação.
Entre as dez profissões criativas mais numerosas do Brasil, quatro integram o segmento de Publicidade: Analista de Negócios (3° lugar, com 45.324 funcionários); Analista de Pesquisa e Mercado (4° lugar, com 25.141); Gerente de Marketing (5º lugar, 20.382) e Agente Publicitário (8°, com 14.032 empregados).
Completam o Top 10 os profissionais de Designer Gráfico (6° lugar, 17.806 funcionários); Biólogo (7° lugar, 15.182); Gerente de Pesquisa e Desenvolvimento (9º lugar, 13.414) e Designer de Calçados sob medida (10° lugar, 13.068), que atuam no segmento Moda.
Os 10 maiores salários criativos
Geólogos e Geofísicos têm a maior remuneração entre as profissões criativas do país, com remuneração média de R$ 11.385, quase sete vezes superior ao patamar nacional (R$ 1.733).
Na segunda e na terceira colocações, estão, respectivamente, Diretor de Programas de Televisão (R$ 10.753) e Ator (R$ 10.348). Na sequência aparecem: Biotecnologista (R$ 8.701); Diretor de Redação (R$ 7.774); Editor de Revista (R$ 7.594); Arquitetos e Engenheiros (R$ 7.524); Engenheiros Eletroeletrônicos e Computação (R$ 7.431); Autor Roteirista (R$ 7.347) e Pesquisadores em geral (R$ 7.102).
Apenas as áreas de Filme & Vídeo (R$ 1.661); Moda (R$ 1.193) e Expressões Culturais (R$ 939) apresentam remunerações menores.
Pesquisa & Desenvolvimento está no topo da lista como o segmento de maior salário médio, R$ 8.885, seguido por Arquitetura & Engenharia (R$ 7.518); Software, Computação & Telecom (R$ 4.536); Publicidade (R$ 4.462); Biotecnologia (R$ 4.258); Mercado Editorial (R$ 3.324); Artes Cênicas (R$ 2.767); Design (R$ 2.363); Artes (R$ 2.195); Televisão & Rádio (R$ 2.015) e Música (R$ 1.944).
Os segmentos de Pesquisa & Desenvolvimento e Biotecnologia integram pela primeira vez o estudo, como uma forma de alinhar a pesquisa brasileira aos estudos internacionais sobre o tema.
Rio de Janeiro: melhor remuneração para o profissional criativo
O salário médio dos trabalhadores criativos no Rio de Janeiro é de R$ 7.275, mais de quatro vezes superior à média nacional. Em oito dos catorze segmentos analisados, os profissionais fluminenses ganham mais: Pesquisa & Desenvolvimento (R$ 12.036); Arquitetura & Engenharia (R$ 10.809); Artes Cênicas (R$ 7.015); Software, Computação e Telecom (R$ 5.820), Televisão & Rádio (R$ 4.709), Filme & Vídeo (R$ 3.671), Design (R$ 3.023) e Artes (R$ 2.954).
Entre as dez profissões mais bem remuneradas do Rio, destacam-se o Diretor de Programas de Televisão (R$ 24.495), Autores Roteiristas (R$ 16.019) e Atores (R$ 15.923), além de Geólogos e Geofísicos (R$ 14.471). Outras duas profissões de destaque estão ligadas ao Mercado Editorial: Diretor de Redação (R$ 11.497) e Editor de Revista (R$ 10.003).
Na segunda posição entre os estados aparece o Distrito Federal, onde o salário médio do Mercado Editorial é o mais elevado do país: R$ 5.832. Em Arquitetura & Engenharia, vocação tradicional do estado, a remuneração média é de R$ 9.084, só perdendo para o estado do Rio.
São Paulo aparece em terceiro lugar entre os estados brasileiros com maior salário criativo, e tem como destaque o segmento de Publicidade, cuja remuneração média é a maior do país: R$ 5.266 contra R$ 4.462 da média nacional. A profissão criativa mais bem remunerada em São Paulo é Diretor de Redação, com salário médio de R$ 14.508. Também chamam atenção os salários de Diretor Teatral (R$ 8.998) e Diretor de Programas de Televisão (R$ 8.383).
No Amazonas, região de maior biodiversidade do planeta, a área de Biotecnologia é a mais bem remunerada do país, com R$ 9.009, mais que o dobro da média nacional para o segmento (R$ 4.258). Também se destaca a área de Música com R$: 4.241, frente a R$ 1.944 da média nacional.