Também está em jogo um acordo com a IBM; ambos sujeitos a aprovação regulatória.
Os Estados Unidos pode permitir que a chinesa Lenovo compre as unidades de servidores de baixo custo da IBM e a linha de handsets da Motorola Mobile, do Google, com uma condição: a de não espionar.
Lenovo compra unidade de servidores de baixo custo da IBM
A Lenovo, por não ser diretamente controlada pelo governo Chinês, tem vantagens sobre outros competidores do país, e isso pode ajudar os Estados Unidos a passar por cima das suspeitas de espionagem feitas pela China.
Pouco depois da companhia anunciar que vai adquirir a linha de servidores de baixo custo da IBM por US$ 2.3 bilhões, houve a confirmação de intenção de compra da Motorola Mobility (com cerca de 2 mil patentes) por US$2.91 bilhões, bem abaixo do valor inicial pago pelo Google, de US$ 12,5 bilhões, em 2011.
Entre as 2 mil patentes inseridas no acordo estão as linhas Moto X e Moto G, primeiro desenvolvido em parceria com o Google e lançado ano passado.
O CEO do Google, Larry Page, afirmou que o negócio será bom, principalmente para os usuários do Android, e garantiu que o Moto G e Moto X estão indo muito bem. “Estou empolgado com a linha de smartphones para 2014. Do lado da propriedade intelectual, as patentes da Motorola ajudaram a ampliar o campo de desenvolvimento, o que é uma boa notícia para os usuários e parceiros Android”, e adicionou que o mercado de smartphones é competitivo e Motorola vai se encaixar bem com a Lenovo, que tem um crescimento rápido no segmento de smartphones e no de PCs. “Essa mudança permitirá ao Google focar sua energia em inovação no ecossistema Android, para beneficiar os usuários de smartphones”, garantiu.
Mas os acordos serão revistos pelo CFIUS (Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos) para se certificar que o negócio não prejudicará a segurança norte-americana.
“Estaremos atentos aos processos regulatórios e trabalharemos com os reguladores de forma aberta e transparente”, garantiu Brion Tingler, porta-voz da Lenovo.
Histórico
Essa não é a primeira vez que a Lenovo passa por uma análise rigorosa da CFIUS. A primeira foi em 2005, quando comprou da IBM o negócio ‘Thinkpad’, que foi aprovado, mas deixou o republicano Frank Wolf, um crítico da China, bem atento.
Posteriormente, o negócio de nuvem ‘Stoneware’, da EMC, foi comprado em 2012, e também passou pela análise do Comitê.
Para essa transação, as condições de segurança do órgão público não foram divulgadas, mas geralmente a CFIUS solicita que as companhias estrangeiras tenham um plano de segurança, para evitar que o governo do seu país possa influenciar a companhia e colocar a segurança norte-americana em risco.
O Comitê leva, em média, 30 dias para analisar uma transação, mas em casos ‘complicados’(como o da Lenovo, que envolve 2 mil patentes) a análise pode chegar a 45 dias.
*Com informações Agências