A partir de amanhã, dia 13 de agosto, entrará em funcionamento a segunda das quatro fases do open banking. Nesta etapa, as instituições financeiras registradas no open banking poderão trocar dados de cadastros e transações de clientes entre eles, sempre a partir do consentimento do dono dessas informações. A intenção é que, com o open banking totalmente implementado, o compartilhamento de dados pessoais pelos participantes seja algo padronizado.
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Caso o cliente dê o consentimento, nesta fase poderão ser compartilhadas as informações de cadastro (como nome, endereço, renda e CPF), bem como dados de movimentação financeira (informações sobre contas, cartão de crédito e operações de crédito, como empréstimos e financiamentos). Para a Febraban, entidade que representa os bancos, é nesta segunda fase de implementação que se iniciará uma interação mais direta com o cliente final.
O open banking é um sistema que promete facilitar o surgimento de novos produtos e serviços para o cliente. Isso é possível devido ao uso de um conjunto de programas que promove a conexão entre as instituições participantes e as informações que serão trocadas entre elas (chamadas de APIs padronizadas). O Banco Central, por meio da resolução nº 109, atualizou as datas regulatórias de implementação do Open Banking, que agora se estenderá até setembro de 2022.
O que muda agora?
A Febraban explica que, com o open banking, o consumidor poderá conectar sua conta bancária a um aplicativo que analisará sua vida financeira, resultando em sugestões de investimentos ou até mesmo na recomendação de produtos e serviços mais personalizados. Outra possibilidade é reunir em um único aplicativo os dados de contas em diferentes instituições, consolidando as informações e proporcionando ao consumidor uma melhor visão de toda a sua vida financeira.
Na prática, a partir da segunda fase, a instituição que receber as informações de cadastro e de movimentação financeira do cliente, após seu consentimento, poderá fazer propostas de crédito, de investimentos e de outros serviços de forma mais personalizada, e que tragam melhores condições ao cliente.
Nesta fase poderão surgir aplicativos que fazem gestão financeira, simulações de crédito, investimentos, empréstimos em diversas instituições, com base na movimentação financeira do consumidor e em outras informações que poderão ser agregadas.
A Febraban deixa claro que os consentimentos dos clientes serão dados sempre por meio eletrônico e dentro do ambiente de autenticação do banco. Não será solicitada nenhuma informação ao cliente que o banco já não tenha.
O cliente saberá qual instituição receberá seus dados, a origem da instituição de onde o dado está sendo compartilhado, e por quanto tempo isto irá ocorrer. A autorização é por tempo determinado e para uma finalidade específica, e a qualquer momento o cliente poderá cancelar aquele consentimento.
Adoção será gradativa
A segunda fase do open banking será implementada de maneira escalonada. Nas quatro primeiras semanas (de 13/08 a 12/09), as instituições poderão iniciar as trocas de informações cadastrais dos clientes, como endereço, renda e dados pessoais.
No período de 13/09 a 26/09 terá início a troca de informações relacionadas a contas de movimentação. De 27/09 a 10/10 poderão ser trocadas informações de operações de crédito e de cartões de crédito. E a partir de 11/10, todas as APIs estarão em funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana.
As outras fases
O pontapé inicial de implementação do open banking foi dado em 1º de fevereiro pelas instituições participantes de informações sobre seus canais de atendimento – como endereços das agências, horários de funcionamento e os canais oferecidos para atender clientes, como os telefônicos e digitais (internet banking e mobile banking).
Na primeira fase também entraram os dados e as características sobre os produtos e serviços oferecidos, como, por exemplo, tipos de contas, empréstimos e financiamentos que cada um dos participantes oferece ao seu cliente. O acesso a estas informações é público e os dados do consumidor não entraram nesta fase.
Já na terceira fase de implementação do open banking, prevista para começar no próximo dia 30, será possível que o cliente pague contas e faça transferências bancárias fora do internet banking ou do aplicativo do banco, por meio de um aplicativo intermediário.
A quarta fase, que começará em 15 dezembro de 2021, e ainda em discussões técnicas entre os participantes, se refere ao compartilhamento dos demais dados financeiros do cliente, como os de produtos e serviços de operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário.
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