Nas América Latina, 38% instalam sistemas ilegais nos dispositivos corporativos.
Os softwares piratas podem causar um prejuízo de US$ 25 bilhões em 2014 e para resolver os problemas será preciso gastar 1,2 bilhões de horas. No Brasil, a cifra é de US$ 700 milhões e 44,2 milhões de horas, informou a pesquisa da IDC, encomendada pela Microsoft, como parte da iniciativa global Play It Safe.
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No Brasil, as empresas gastarão US$ 4,6 bilhões para resolver questões como: recuperação de dados, roubos de identidade causados por softwares ilegais; e globalmente, o número chegará a US$ 491 bilhões, sendo US$ 364 bilhões para lidar com perda de dados, e US$ 127 para prevenção.
A perda de dados, uso de informações para transações não autorizadas/fraudes, e a invasão de e-mails, redes sociais e contas bancárias estão no topo da lista de preocupação dos consumidores, com 60%, 51% e 50%, respectivamente. No entanto, 43% disseram não instalar atualizações de segurança.
Em relação aos governos, 59% dos entrevistados estão preocupados com a violação de segredos comerciais, acesso a informações confidenciais(55%) e ataques cibernéticos em infraestruturas críticas (55%). Entre as empresas, o BYOD (na sigla em inglês) tem se mostrado um desafio. Segundo o estudo, 27% dos funcionários instalam seus próprios softwares nos computadores do trabalho, e se tornam responsáveis por quase 20% do total de softwares piratas em empresas. Na América Latina esse índice é de 38%.
A região da Ásia-Pacífico será responsável pela maior parte dos gastos de empresas e consumidores. Nos países dessa região, os valores gastos por infecções em sistemas ilegais serão de US$ 59 bilhões e US$ 10,8 bilhões. “As gangues digitais estão tirando proveito de toda e qualquer brecha que encontram pela frente, provocando prejuízos reputacionais e financeiros devastadores para consumidores, empresas e governos. Nesse contexto, o uso de software ilegal surge como mais uma oportunidadepara atuação dessas organizações criminosas”, afirma Vanessa Fonseca, gerente de propriedade intelectual e antipirataria da Microsoft Brasil.
Riscos
Uma perícia realizada em 203 máquinas com software ilegais identificou que 61% dos equipamentos estavam pré-infectados com malwares, como Trojans e outros vírus. No Brasil, o índice de computadores pré-infectados foi de 47%, taxa maior que nos Estados Unidos e Turquia, e menor que da China e Tailândia.
“É altamente preocupante que novas marcas de computadores estejam pré-infectadas com malwares perigosos devido aos softwares piratas, deixando usuários e empresas vulneráveis a brechas de segurança”, disse o professor Biplab Sikdar, do departamento de Engenharia Elétrica e Computacional da Universidade Nacional de Singapura. “Os testes periciais realizados pela universidade indicam claramente como criminosos virtuais estão usando a cadeia de suprimentos da pirataria para espalhar malwares e comprometer a segurança de PCs de maneira crítica”, afirmou o acadêmico.