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A Prefeitura Municipal de São Paulo resolveu utilizar a teleinterconsulta para acelerar o acesso da população a especialistas médicos. A teleinterconsulta é um modelo de atendimento virtual que permite que médicos, em diferentes localidades e de diferentes especialidades, possam se comunicar para tratar o caso de um mesmo paciente.
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O projeto foi implementado na região do Butantan, Vila Maria e Vila Guilherme em julho de 2019. De acordo com o Dr. Renato Azevedo Júnior, cardiologista e gerente médico da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Telemedicina (SPDM), o atendimento de cardiologia estava demorando de três a quatro meses antes do projeto de telemedicina. Hoje, ele diz que isso pode ser resolvido em uma semana.
O projeto de teleinterconsulta foi coordenado pela SPDM e implementado em mais de 25 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. Os médicos especialistas ficam na sede da associação, na Vila Maria, e dispõe de uma central de telemedicina com quatro computadores, com acesso à Internet e headphone, na qual os médicos especialistas atuam em diferentes horários.
Já nas UBSs – são 15 UBSs no Butantan e 13 entre Vila Maria e Vila Guilherme – fica um notebook e um link de Internet dedicada para que o médico da UBS possa acessar o colega especialista para discutir casos de pacientes.
Para acessar o sistema, os médicos passam por uma plataforma que pede por login e senha e, depois, poder realizar uma videoconferência para discutir o caso de um paciente. A plataforma permite que dados, como exames, possam ser transmitidos. O médico especialista também pode responder depois, caso não esteja disponível, pela própria plataforma.
Azevedo diz que o paciente pode participar da consulta se tiver disponibilidade – ele precisa estar presencialmente junto com o médico na UBS – e que ela só ocorre com sua autorização por escrito.
Pacientes foram beneficiados com agilidade e recuperação mais rápida
O médico afirma que o principal objetivo era diminuir as filas para atendimento em especialidades. “Em dermatologia, por exemplo, tínhamos uma fila de espera enorme que demorava mais de seis meses para um paciente ser atendido. Conseguimos diminuir sensivelmente”, comenta.
Ainda segundo ele, os encaminhamentos para uma consulta presencial que não eram tão necessários também foram diminuídos. Os pacientes só vão para o consultório do especialista se ele sentir a necessidade de examiná-lo, o que é raro de acontecer, segundo Azevedo.
Além da agilidade no atendimento, também houve melhora na recuperação, já que o diagnóstico e o tratamento ocorrem mais rápido. “O atendimento de cardiologia estava demorando de três a quatro meses para o paciente passar com um cardiologista. E, geralmente, a consulta presencial não era nem na região onde o indivíduo mora. Hoje, isso pode ser resolvido em uma semana, sem o deslocamento do paciente”, conta.
Por fim, a teleinterconsulta trouxe mais resolutividade na atenção básica do SUS paulistano. Conforme explica o Azevedo, o que não podia ser resolvido na UBS pelo médico clínico, podem ser resolvidas rapidamente sem o paciente precisar entrar numa fila ou se deslocar para um ambulatório. “Outro objetivo era qualificar os casos e fazer um treinamento contínuo dos médicos da UBS. Eles acabam aprendendo quando interagem com especialistas e o atendimento ao paciente fica mais qualificado”, encerra.
Essa matéria faz parte do conteúdo da revista InfraDigital Telemedicina. Confira a reportagem completa em forma de entrevista e como o projeto pode evoluir na capital paulista.
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