Pesquisas2

Um quarto dos trabalhadores utiliza dispositivos pessoais nas empresas

Brasil é país com maior proporção: 33% do total.

Os iWorkers – trabalhadores que usam tecnologias da informação no dia a dia – estão investindo mais recursos próprios para comprar smartphones, tablets e aplicativos para usá-los no ambiente corporativo. Essa é uma das principais conclusões da terceira edição do estudo anual da Unisys sobre consumerização de TI, conduzido pela Forrester Consulting.

Os resultados da edição 2012 do estudo sobre o uso e a capacidade de oferecer suporte às tecnologias de consumo no ambiente de trabalho são baseados em duas pesquisas separadas, mas relacionadas. Conduzido em junho de 2012, o levantamento envolveu 2609 iWorkers e 590 executivos de TI e negócios em nove países, (Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, EUA, França, Holanda, Nova Zelândia e Reino Unido). No Brasil, participaram das pesquisas 282 iWorkers e 78 executivos de TI.

“A necessidade de um alinhamento da liderança corporativa com o comportamento dos trabalhadores de informação é imperativa. O estudo deste ano revela o surgimento de um grupo de profissionais que, em virtude do uso de tecnologias de consumo avançadas e dispositivos móveis inteligentes, estão equipados para conduzir negócios de forma diferente”, pondera Agostinho Rocha, vice presidente da Unisys Brasil. “Eles são mais produtivos, relacionando-se com clientes com mais eficiência e adicionando valor à companhia em que trabalham. Referimo-nos a este grupo especial de trabalhadores como ‘mobile elite’.”

Essa elite móvel é formada por iWorkers que usam três ou mais dispositivos e têm um alto nível de uso de tecnologia própria, como download de aplicativos, uso de smartphones, tablets, laptops ou PCs pessoais. Nos resultados globais da pesquisa, eles correspondem a 23% do total de iWorkers, e o Brasil é o país onde eles são mais representativos – 33% do total. Isso pode explicar a posição avançada do País em outro item da pesquisa: é o único em que a oferta de suporte de TI para os dispositivos pessoais usados por colaboradores no ambiente de trabalho aumentou significativamente entre 2011 e 2012.

Os dados mostram que este grupo é inovador e orientado a resultados, tomando a iniciativa sem esperar que superiores ou a direção corporativa forneçam soluções. Estes trabalhadores são mais propensos a usar aplicativos pessoais para interagir com clientes e parceiros, e estão dispostos a usar esses aplicativos apesar da proibição da administração ou falta de suporte. No Brasil, a pesquisa revela que mais da metade da mobile elite (54%) já comprou ou pagou algo do próprio bolso para trabalhar melhor.

Capazes de resolver problemas, aumentar a produtividade e obter benefícios profissionais ao usar dispositivos e aplicativos pessoais no trabalho, a mobile elite é agente de mudanças nas corporações. Segundo a pesquisa realizada no Brasil, 40% deles convenceram empregadores a mudar a forma de trabalhar, contra 20% da média brasileira dos iWorkers.

Consumerização
Ao comparar as respostas dos iWorkers com as dos líderes de TI e negócios, nota-se uma diferença significativa na percepção da tendência de consumerização. Em relação à produtividade, enquanto os 39% dos iWorkers dizem usar dispositivos e aplicativos pessoais porque precisam disso para fazer seu trabalho e a empresa não oferece uma alternativa, menos de 31% dos responsáveis pela tomada de decisões acreditam que os dispositivos são essenciais para os negócios; 68% dos executivos de TI consideram que os colaboradores querem usar dispositivos e aplicativos pessoais porque as usam na vida pessoal e as desejam também no trabalho, mas somente 23% dos iWorkers afirmam o mesmo.

As tecnologias de consumo estão se tornando a forma preferida para que os colaboradores se conectem com os clientes. O estudo indica que uma parcela significativa dos iWorkers brasileiros estão usando tecnologias como smartphones, tablets, aplicativos pessoais e mídias sociais para interagir com seus clientes e parceiros: entre os que utilizam seus smartphones para o trabalho, 68% o usam para relacionamento com clientes, enquanto a média global é de 61%; entre os que participam de fóruns de mídia social profissionalmente, 55% o fazem para interagir com clientes e parceiros (contra 40% da média global); 90% usam aplicativos sem suporte para comunicação com parceiros, clientes e fornecedores, bem acima da média de 73% dos nove países pesquisados.

“As empresas estão para ver uma mudança dos tradicionais canais de relacionamento com clientes para plataformas de consumo. A boa notícia é que os “mobile elite” já estão adiante nesse cenário, tem familiaridade com as novas ferramentas e já as está usando para interagir com eles. As organizações têm a oportunidade de aprender com esses colaboradores e adotar seus métodos para melhorar o atendimento ao cliente”, comenta Agostinho Rocha, da Unisys. O estudo conclui que é recomendável que as empresas façam uma análise de risco e retorno dessas tecnologias para determinar quais são mais adequadas para seus propósitos.

Aplicativos em alta
Os números apontam que 64% das empresas brasileiras pesquisadas consideram o uso de aplicativos um comportamento de risco e destrutivo, que pode levar à demissão do funcionário. Apesar disso, 85% dos profissionais “mobile elite” e 33% de todos iWorkers já baixaram um aplicativo ou usaram um website não suportados pela companhia.

Os usuários que baixaram aplicativos não suportados para justificar suas atitudes, alegando benefícios de produtividade e eficiência (53%), maior satisfação profissional (67%) e como forma de resolver problemas (45%). Segundo 39% dos iWorkers participantes da pesquisa, eles baixaram aplicativos não suportados porque a companhia não oferecia uma alternativa.

Do lado das empresas, embora muitas sejam céticas em relação aos aplicativos, há uma visão geral de que os aplicativos móveis são ferramentas críticas para o negócio, e a maioria está investindo no desenvolvimento de soluções para colaboradores, clientes e parceiros. Por exemplo, 51% já criaram aplicativos de produtividade pessoal para seus colaboradores e 40% já criaram business intelligence para seus clientes. 37% dos entrevistados de TI dizem considerar a relação de aplicativos para os funcionários como automação de força de vendas e CRM, a prioridade para os próximos 12 meses.

A avaliação do estudo é que é importante que as organizações permitam que os colaboradores identifiquem potenciais oportunidades testando aplicativos móveis que usem serviços públicos de cloud ou serviços gerenciados. Enquanto isso, o departamento de TI pode estudar o comportamento dos iWorkers e identificar problemas de negócios e outras questões que eles estejam tentando resolver. Também é possível procurar meios para oferecer aos colaboradores versões de aplicativos prontas para empresas, que estejam de acordo com as necessidades dos negócios, e correspondam à expectativa dos iWorkers.

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