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Usina de cana-de-açúcar vai usar rede 4G em projeto de IoT

Infraestrutura foi montada pelo CPqD para conectar toda a Usina São Martinho e possibilitar a transmissão de dados coletados em campo.

No decorrer da atual safra de cana-de-açúcar, a Usina São Martinho, unidade da São Martinho S/A localizada em Pradópolis (PR), um dos maiores grupos do setor sucroalcooleiro do Brasil, iniciará a implantação de uma infraestrutura tecnológica avançada, que inclui aplicações de Internet das Coisas (IoT) criadas especificamente para esse segmento do agronegócio. Para isso, a Usina vai usar uma rede privada 4G.

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A infraestrutura é utilizada na transmissão de informações coletadas no campo, por meio de sensores, para bancos de dados e aplicativos onde serão processadas e utilizadas na tomada de decisões. O envio dos dados, em tempo real, é feito por terminais veiculares inteligentes, também desenvolvidos pelo CPqD em parceria com a São Martinho, com base nos requisitos operacionais das usinas de cana. Esses terminais, que estão sendo instalados nos equipamentos agrícolas, possuem múltiplas interfaces: Wi-Fi (para conectividade local), CAN (usada em máquinas agrícolas para transmissão de dados de telemetria), GPS e RFID, além da interface LTE.

A tecnologia foi desenvolvida pelo CPqD com o apoio do BNDES e a participação da São Martinho e da Trópico, como parte do projeto AgroTICs, encerrado em dezembro, que teve como foco o aumento da eficiência da produção de açúcar e etanol por meio do uso de tecnologias da informação e comunicação.

“A implantação dessa rede 4G privada, adaptada para a faixa de 250 MHz, permitirá levar banda larga com ampla cobertura em toda a Usina São Martinho, viabilizando o uso de aplicações de IoT no campo”, explica Fabrício Lira Figueiredo, gerente de Agronegócio Inteligente do CPqD.

Segundo ele, ao utilizar uma faixa de frequência inferior a 1 GHz – destinada ao Serviço Limitado Privado (SLP) pela Anatel – é possível implantar células com raio de cobertura de dezenas de quilômetros, provendo mobilidade com qualidade de serviço e taxas de transmissão elevadas.

Na Usina São Martinho foram instaladas dez estações radiobase LTE 250 MHz em seis torres, cada uma com raio de cobertura acima de 40 quilômetros – suficientes para cobrir grandes áreas com qualidade de transmissão de vídeo em tempo real.

Além disso, a solução implantada na São Martinho utiliza a plataforma IoT dojot, desenvolvida pelo CPqD, que suporta protocolos de Internet das Coisas para a coleta de dados do campo e assegura interoperabilidade para diversas aplicações. “A primeira aplicação IoT implantada na usina permite o monitoramento de máquinas agrícolas em tempo real e com visão georreferenciada”, diz Figueiredo.

Para a São Martinho, esses novos recursos representam uma ferramenta importante de aumento de produtividade e eficiência. “Nossos gestores passarão a dispor de informações valiosas e de uma capacidade de análise única, que facilitarão a tomada de decisões e, certamente, ampliarão nossa competitividade no mercado”, destaca Walter Maccheroni, gestor de Inovação da São Martinho.

A tecnologia desenvolvida no projeto AgroTICS foi validada ao longo da safra de 2017, na Usina São Martinho, e já foi licenciada para a Trópico, empresa responsável pela produção e comercialização dos equipamentos.

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