Análise Setorial

Vendas online no Brasil devem alcançar US$ 22 bilhões em 2016

Quinto maior mercado em termos de usuários de internet, no Brasil 47% da população já está online e 40% já compraram na web.

Em 2011, o comércio online no Brasil somou US$ 9,8 bilhões. Crescendo a uma taxa composta média anual (CAGR) de 18%, três vezes mais rápido se comparado às vendas totais do varejo, esse número deve alcançar o patamar de US$ 22 bilhões em menos de quatro anos. Os dados são de um levantamento realizado pela Bain & Company, empresa de consultoria estratégica.

Quinto maior mercado em termos de usuários de internet, no Brasil 47% da população já está online, 40% já compraram na web e 60% dos telefones vendidos são smartphones. Além disso, as vendas online representam cerca de 3% da receita do varejo total. Nos Estados Unidos e na Inglaterra o percentual varia entre 8% e 10%.

Para Darrell Rigby, sócio da Bain & Company e líder global das áreas de varejo e inovação da empresa, os varejistas que trabalham exclusivamente com o comércio tradicional devem ficar atentos. “Quando uma determinada categoria do varejo passa a ter 15% de sua receita proveniente das vendas na internet, o varejo tradicional passa a sofrer canibalização”, diz o executivo. Desde 2005, o percentual total de vendas do varejo aumenta em média 11,8%. No mesmo período, as vendas online avançam 24,4%. “É preciso olhar para o varejo multicanal como uma alternativa de sobrevivência”.

O chamado varejo multicanal é uma experiência de vendas integrada que une as vantagens das lojas físicas à abundância de informações da internet, e que pode ser encarada como estratégia de sobrevivência para o comércio tradicional.

Cultura

A mudança de filosofia de negócios não é uma tarefa simples. A bolha pontocom dos anos 2000 traumatizou boa parte das empresas. Mas hoje o varejo digital – em nível mundial – já é altamente rentável. Para se ter uma ideia, a média do retorno sobre o investimento em cinco anos da Amazon, por exemplo, é de 17%; já em lojas tradicionais de desconto e de departamentos é de 6,5%.

No entanto, Darrell alerta que não é suficiente apenas abrir uma loja virtual. “É preciso inovar constantemente, como a Amazon”, pondera. Em 2011, 5% do faturamento da empresa foram destinados para investimentos em TI. Além disso, no Brasil é preciso investir em um outro ponto fundamental. “A logística é um gargalo. O alto índice de reclamações dos consumidores está diretamente relacionado a falhas na entrega de produtos”, diz o executivo.

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