Apesar de alguns desafios em regiões mais remotas, como no Norte, a expansão da fibra óptica foi positiva em 2024 em regiões como Nordeste e Sudeste liderando a implementação de redes. De acordo com Sebastião Rezende, gerente de engenharia da Fibracem, o País viveu nos últimos anos um movimento robusto de capilaridade de redes de fibra óptica, mas 2024 trouxeram sinais de maturidade ao mercado, com uma cadência um pouco mais contida em novas instalações. Ele lembra que até cidades pequenas já possuem uma boa cobertura de internet via fibra, o que há anos era impensável.
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Mas se por um lado a conectividade avançou, por outro, o setor industrial ligado a telecom enfrentou alguns desafios em 2024. A saída de grandes fabricantes do Brasil, cortes nas equipes de outras empresas e o impacto de regras protecionistas, como o antidumping para cabos ópticos, acabaram aumentando os custos para vários provedores. Segundo Rezende, essas questões geraram insegurança e, consequentemente, retração em investimentos para novas redes.
Apesar disso, algumas fabricantes tiveram a oportunidade de mostrar resiliência em um cenário turbulento. O gerente diz que a Fibracem optou por uma estratégia ousada de investir em novos produtos Premium e voltados a nichos específicos e de maior valor agregado. “Desenvolvemos soluções personalizadas, apostando em públicos que reconhecem a qualidade e a inovação como grandes diferenciais estratégicos”, explica Rezende.
Onda de fusões e aquisições ainda deve se manter
Um movimento que deve continuar em destaque é o reaquecimento das fusões e aquisições no setor de provedores de internet (ISPs). Rezende ressalta que o mercado tem sinalizado potenciais negociações envolvendo grandes operadoras e fundos de investimentos estrangeiros. Pelo mesmo caminho, pequenos provedores – especialmente aqueles com bases de assinantes já estabelecidas – também devem continuar na mira de fundos de investimento e grandes companhias.
“Essa onda de fusões e aquisições, mesmo que em uma quantidade menor, deve se destacar principalmente por conta dos altos valores das transações que devem ser praticados a partir de agora”, pontua.
CFTV e data centers: os novos motores do setor de telecom
Para 2025, o gerente de engenharia da Fibracem acredita que as expectativas para o setor de telecomunicações são promissoras, apesar de possíveis novos desafios. Segundo ele, o mercado de sistemas de segurança, como CFTV, é visto como uma das principais apostas, integrando fibra óptica a soluções avançadas de monitoramento.
“Outro segmento em alta é o de data centers, que vêm ganhando cada vez mais espaço no Brasil graças à matriz energética abundante e relativamente barata, fatores que posicionam o país como um forte candidato a se tornar um polo global nessa área”, finaliza Sebastião Rezende.
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