Para general manager da ECI Telecom, investir na última milha não vai gerar mais resultados positivos.
As operadoras de telefonia móvel e fixa tem enfrentados inúmeros desafios, como o desligamento de linhas móveis (foram 22,94 milhões de 2014 para 2015), a concorrência direta e indireta das OTTs (over the top), a crise econômica e seus próprios problemas internos (como no caso da Oi). Diante deste cenário, a saída para as operadoras continuarem seus investimentos em infraestrutura é a virtualização das funções da rede (NFV), pelo menos na ótica de Carlos Brito, general manager da ECI Telecom para a América Latina.
O executivo da desenvolvedora israelense de tecnologias de telecomunicações, mais conhecida por fornecer infraestrutura óptica para a GVT na década de 1990, afirma que o investimento na última milha não trará o retorno esperado pelas operadoras se não houver o mesmo aporte no backbone.
“A saída é o NFV, através da otimização do uso da rede e de seu gerenciamento”, explica Brito. Isso é possível graças a automatização que a infraestrutura ganha, sendo capaz de gerenciar a necessidade de rede que determinada área precisa naquele momento. “A operadora tem o controle mais eficiente sobre a liberação de seus recursos.”
NEC testa tecnologia de NFV no Brasil
O desafio do lado da ECI agora é convencer as teles de que o investimento trará resultado. A proposta da empresa é baseada no teste de prova, realizando experimentos em laboratórios junto com a única operadora prospectada pela empresa no país. “A migração para o NFV já está em processo nos Estados Unidos, Europa, Ásia e até no Brasil, como no caso da Telefônica”, diz.
Outros mercados
A ECI também conta com clientes nos mercados de data center e utilities fornecendo SDN (redes definidas por softwares). No primeiro setor, Brito diz que a importância da tecnologia já é consensual, ao contrário das utilities, que ainda são tradicionais e envolvem mais riscos, relativos à segurança. “O receio é que, com o controle de sua infraestrutura de produção na rede, hackers façam ataques e causem prejuízos financeiros e de imagem às empresas, deixando uma cidade inteira sem energia elétrica, por exemplo”, explica o executivo.
Apesar disso, ele reforça a segurança das suas tecnologias de virtualização, baseada na encriptação dos dados desde a entrada na fibra óptica, ou seja, na hora que ela sai da base. “A chave da criptografia está na posse do cliente, o que garante a segurança”, diz.