Economia Digital

95% das empresas que adotam IA registram aumento de receita, diz estudo

Crédito: iStock

As empresas brasileiras já estão obtendo resultados concretos, inclusive financeiros, com a adoção de inteligência artificial (IA) e mais da metade das startups já incorporam IA em seus modelos de negócios. Estas são algumas das conclusões do estudo “Desbloqueando o potencial da IA no Brasil, encomendado pela Amazon Web Services (AWS) à Strand Partners e apresentado hoje (13/08) no AWS Summit São Paulo.

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De acordo com a pesquisa, 40% das empresas brasileiras já adotam efetivamente a IA em seus negócios, número superior aos do México (38%) e Chile (35%), outros mercados latino-americanos pesquisados, e próximo aos resultados registrados na Europa (42% de adoção). Entre as adotantes, 95% relatam crescimento de receita, com um aumento médio de 31%, e quase a totalidade delas (96%) dizem que já observaram melhorias significativas de produtividade. Os ganhos permitem que as empresas redirecionem seus esforços para aperfeiçoar o atendimento e o relacionamento com o cliente (66%), investir em treinamento de funcionários (59%) e desenvolver novos produtos e serviços (56%).

“O Brasil está liderando esta onda de inovação na América Latina. Somente no ano passado, dois milhões de empresas começaram a usar IA – o equivalente a mais de três organizações por minuto, em média”, comenta Cleber Morais, diretor-geral da AWS no Brasil. “A IA está se mostrando mais transformadora que a revolução da nuvem e superando a taxa de adoção de telefones celulares nos anos 2000.”

A pirâmide da adoção da IA

Ao analisar mais profundamente como as empresas estão implementando a IA, nota-se que a maioria das organizações brasileiras (62%) está em níveis iniciais de adoção. Os ganhos obtidos são incrementais, refletindo-se, por exemplo, em mais eficiência e na otimização de processos em vez de desenvolvimento de novos produtos ou disrupção de indústrias, o que caracterizaria inovação. No estágio intermediário, integrando a tecnologia em várias funções de negócios, estão 26% das organizações. Somente 12% das empresas brasileiras atingiram o estágio mais transformador de integração da IA, usando a tecnologia para propósitos mais avançados. Essas organizações combinam várias ferramentas ou modelos de IA para executar tarefas complexas e criar sistemas de IA personalizados, o que está transformando suas operações de forma abrangente.

“Essa diferença na curva de adoção é uma das razões pelas quais a AWS desenvolve um portfólio abrangente de serviços de IA, projetado para dar suporte às organizações em cada fase de sua evolução, oferecendo escalabilidade, segurança e gerenciamento eficiente de custos – elementos fundamentais que possibilitam um progresso sustentável e consistente nesta jornada”, comenta Morais.

Na linha de frente da adoção da IA avançada estão as startups que, por seu perfil ágil e inovador, estão começando a construir produtos e modelos de negócios inteiramente novos, que teriam sido impossíveis há apenas alguns anos. Mais da metade das startups dizem aproveitar a IA de alguma forma em seus negócios, sendo que 19% usam a IA avançada, à frente da média geral do país de 12%. Empresas que usam a IA de forma transformadora relatam maior crescimento de receita, produtos mais inovadores e maior resiliência competitiva.

A startup Base39, especializada em tecnologia para o setor financeiro, adotou soluções de IA generativa oferecidas pela AWS para automatizar e transformar o processo de avaliação de crédito. Os resultados foram expressivos: os custos de análise caíram 96% e o tempo de decisão passou de três dias para menos de uma hora. Também houve redução dos gastos com infraestrutura (84%) e com desenvolvimento (75%).

“Usamos a IA generativa para interpretar balanços, contratos e extratos automaticamente para gerar uma análise de crédito precisa. Um trabalho que antes demandava dias de um especialista. Dessa maneira, obtemos uma análise profunda e contextualizada para apoiar decisões seguras e direcionadas para cada cliente”, diz Bruno Nunes, CEO da Base39.

“É preciso, agora, que as grandes corporações criem estratégias abrangentes de IA, ou seja, roteiros descrevendo como irão alavancar a inteligência artificial, para que o impacto da tecnologia no crescimento do país e na inovação atinja todo seu potencial”, avalia Morais. “Na AWS, estamos comprometidos em acelerar esta jornada de maturidade, fornecendo não apenas a tecnologia, mas também o conhecimento e o suporte necessários para que empresas de todos os tamanhos possam avançar na escala de sofisticação da IA.”

O estudo também quis saber qual a visão de futuro dos entrevistados, e a maioria se mostrou otimista: 89% dos que adotaram a IA dizem que a tecnologia provavelmente aumentará seu crescimento no próximo ano. E 85% também esperam economia de custos graças à IA.

Os desafios no caminho da IA

A lacuna de habilidades técnicas, a incerteza regulatória, os custos de conformidade e os custos iniciais percebidos são as principais barreiras encontradas para a implementação da IA avançada, segundo os líderes entrevistados. “A escassez de profissionais se mantém no topo dos desafios para o avanço da inovação. Na AWS, mantemos nosso compromisso de ajudar a capacitar brasileiros em nuvem e IA, gratuitamente, em todas as regiões do país. Já oferecemos oportunidade de capacitação a mais de 800.000 pessoas, e seguimos investindo, seja em iniciativas próprias, seja em colaboração com clientes, parceiros e órgãos públicos”, afirma Morais.

Além de líderes de negócios, a pesquisa também ouviu outros cidadãos. Esta parcela da população relata pouca confiança em sua capacidade de gerenciar sua identidade digital e reputação online, em sua compreensão de conceitos básicos de programação e na habilidade de usar recursos de aprendizagem online para o desenvolvimento profissional. Eles afirmaram que as habilidades mais importantes para o seu trabalho hoje são encontrar e avaliar informações online, gerenciar e armazenar arquivos digitais e proteger dispositivos e dados pessoais. Somente 10% disseram ter participado de treinamento ou atualização digital no último ano.

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