A decisão da Meta de eliminar gradualmente o programa de verificação de fatos com seus parceiros, anunciada esta semana pelo CEO Mark Zuckerberg, deve incentivar o crescimento do mercado de desinformação como serviço. A afirmação é de Adrianus Warmenhoven, especialista em segurança cibernética da NordVPN, que analisou dados agregados de milhares de fóruns na dark web para ver o perigo que a desinformação pode representar para os usuários de mídia social nos próximos meses.
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Ele cita o Relatório de Riscos Globais de 2024, do Fórum Econômico Mundial, que informa que a desinformação gerada por inteligência artificial é classificada como o segundo risco global mais grave (53%) nos próximos dois anos. “A ameaça da desinformação só perde para o aquecimento global”, lembra.
“A dark web está cheia de táticas projetadas para espalhar desinformação, incluindo o uso de milhares de contas falsas de mídia social e vários e-mails de spam que disseminam propaganda. Estamos até mesmo vendo fazendas de bots de desinformação que estão sendo desenvolvidas para distribuir informações falsas em grande escala”, diz Adrianus. Para ele, dar um passo para trás na regulamentação da mídia social torna esses mecanismos de notícias falsas imparáveis.
“Refletindo sobre as tendências atuais na dark web, prevemos que a desinformação como serviço surgirá como uma ameaça significativa nos próximos meses, à medida que a Meta começa a eliminar gradualmente seu programa de verificação de fatos.”
Não é um alarde, é real
O especialista reafirma que a tecnologia de desinformação e seus criadores lucram com a criação e disseminação de informações falsas. Este serviço altamente personalizável e adaptável permite a segmentação precisa de perfis demográficos e a manipulação de algoritmos de mídia social para maximizar o impacto.
“Analistas de segurança cibernética não estão tentando alarmar quando alertam sobre os perigos de abandonar a verificação de fatos. Além de querer, mitigar a disseminação de conteúdo prejudicial, a regulamentação é importante para dificultar a capacidade de os hackers de obter insights sobre outros usuários e impede que usuários mal-intencionados influenciem o discurso social e a política”, explica Adrianus.
“A liberdade de expressão é importante, mas os consumidores devem estar cientes que, sem as precauções necessárias, ela também dá aos criminosos a liberdade de operar.”
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