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O que foi tendência de IA neste ano e o que virá em 2025

O mercado global de produtos e serviços relacionados à inteligência artificial (IA) está em expansão, com projeção de alcançar US$ 990 bilhões em 2027, de acordo com o quinto Relatório Global de Tecnologia da Bain & Co. Esse crescimento reflete a rápida adoção da tecnologia por empresas e economias em transformação. O levantamento aponta, ainda, que o mercado de serviços e hardware relacionados à IA deve registrar um aumento anual entre 40% e 55%, tendo partido de US$ 185 bilhões em 2023.

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O avanço da IA generativa é um dos principais motores dessa evolução. Segundo a Menlo Ventures, os investimentos nessa área cresceram 500% em 2024, saltando de US$ 2,3 bilhões para US$ 13,8 bilhões. Já para 2025, a IDC prevê que os investimentos globais em IA ultrapassem US$ 204 bilhões, impulsionados por aplicações que vão de chatbots a automação de processos, análise preditiva e sistemas de reconhecimento.

Essa popularização se deve à capacidade da tecnologia de otimizar processos, aumentar a eficiência, personalizar atendimentos e reduzir custos. Thiago Oliveira, CEO e fundador da Monest – empresa que utiliza IA na recuperação de ativos com a agente virtual Mia, conectada por IA –, ressalta que a inteligência artificial se tornou indispensável para empresas competitivas. “A IA deixou de ser uma promessa e se transformou em uma necessidade estratégica. Na Monest, a Mia une tecnologia e personalização, tornando o processo mais eficiente e humanizado, além de reduzir custos operacionais. Esse é o futuro: soluções que entregam resultados rápidos e com qualidade”, afirma Oliveira.

Em 2025, espera-se a consolidação e evolução dos agentes de IA, uma das principais tendências tecnológicas apontadas pela Gartner – que estima que, até 2025, mais de 80% das grandes empresas terão integrado soluções com essa tecnologia em seus processos.

Explicando sobre essa tendência, os agentes são sistemas inteligentes baseados em GenAI capazes de tomar decisões e realizar tarefas de forma autônoma. Para André Palma, CEO da Zup – empresa de tecnologia do grupo Itaú Unibanco –, o setor de software está liderando a adoção dessa tecnologia, o que demonstra um potencial de maior maturidade e avanços mais rápidos. “Na Zup, enxergamos os agentes de IA como um passo natural na evolução da IA generativa, trazendo eficiência com qualidade e impacto real nos negócios. Na StackSpot AI, nossa plataforma multiagentes para desenvolvimento de software, estamos viabilizando soluções que vão além de resolver desafios atuais, pavimentando o caminho para um futuro mais competitivo e inovador. Já temos mais de 400 agentes desenvolvidos pelos usuários, sendo uma colaboração entre tecnologia e pessoas criando assim uma nova forma de trabalhar e gerar resultados”, explica Palma.

O impacto transformador da IA vai além de setores específicos, abrangendo diversas áreas estratégicas. Um exemplo é o RH, onde a tecnologia está revolucionando a gestão de pessoas. Na Factorial, startup unicórnio desenvolvedora de software para gestão e centralização de processos de RH e DP, a IA tem sido essencial para entregar inovação e eficiência através da previsibilidade de comportamentos e situações dentro das empresas. Renan Conde, CEO Brasil da Factorial, explica: “Utilizamos IA para muito mais do que otimizar tarefas administrativas. Com o apoio da inteligência artificial no RH, é possível prever comportamentos, como uma possível demissão ou burnout; identificar probabilidades de promoções ou retenção orçamentária e muito mais. Tudo isso porque a tecnologia fornece ao RH insights, relatórios, gráficos e análises prontas, permitindo que a empresa tome decisões rápidas, embasadas e assim, assertivas.”

A aplicação da inteligência artificial em dispositivos urbanos, como câmeras de monitoramento, é uma tendência que também deve se consolidar ainda mais em 2025. Adriano Leão, CEO e fundador da SST, uma deeptech que transforma qualquer dispositivo com lente em câmeras inteligentes, destaca o potencial transformador da IA na análise em larga escala de dados gerados por imagens, impulsionando setores como varejo, segurança e infraestrutura rodoviária.

“Com nossa plataforma, nos conectamos a qualquer câmera, transformando imagens em dados acionáveis em tempo real, otimizando decisões rápidas e eficientes. Utilizamos IA Cognitiva para capturar e processar as imagens e, em seguida, aplicamos IA Generativa para criar insights avançados, realizar previsões e oferecer análises detalhadas que tornam as decisões mais precisas e eficazes. Esse processo gera impacto direto em áreas como prevenção de acidentes, segurança pública e planejamento urbano, promovendo operações mais eficientes e inteligentes”, afirma Adriano.

Outro ponto importante dentro do universo da inteligência artificial em 2024 foi o uso da IA Generativa. Com o amadurecimento da tecnologia, as pessoas passaram a entender e incorporar o uso da inteligência artificial no dia a dia e isso fez com que os big providers como Microsoft, a AWS, a Google passassem a aprimorar os seus serviços.

Segundo Vinicius Gallafrio, CEO da MadeinWeb, empresa provedora de TI e especialista em IA Generativa, o panorama de 2024 foi marcado pelo amadurecimento e pela maior compreensão do mercado sobre a aplicação da inteligência artificial generativa. Grandes provedores, como Microsoft, AWS e Google, avançaram na tecnologia, permitindo duas principais vertentes de uso: aplicações de negócio, como melhorias na experiência do cliente (chatbots e soluções conversacionais) e extração de dados não estruturados; e ciclo de desenvolvimento de software, otimizando processos internos.

“A tendência para 2025 na inteligência artificial, principalmente quando falamos de IA Generativa, é consolidar os casos de sucesso, mensurando o ROI das soluções já em produção. Esse movimento deve atrair empresas mais cautelosas, que aguardam resultados comprovados antes de implementar tecnologias inovadoras. Com isso, novos projetos de IA generativa tendem a ser mais direcionados e estratégicos, impulsionando a adoção em escala no mercado”, pontua Vinicius.

Já para Marcelo Modesto, CEO da Avivatec, empresa brasileira referência em soluções de tecnologia para o mercado, a inteligência artificial deixou de ser apenas uma promessa e se tornou uma necessidade estratégica. “A IA está revolucionando o setor financeiro ao otimizar processos, aumentar a segurança e transformar a experiência do cliente com soluções mais personalizadas e eficientes. Tecnologias como IA generativa são o próximo grande passo, oferecendo desde melhorias operacionais até insights preditivos que ajudam empresas a tomar decisões mais assertivas. O futuro aponta para uma integração ainda maior, onde inovação, competitividade e conformidade regulatória caminham juntas, garantindo um mercado mais ágil e sustentável’, comenta.

Com 2024 marcado por avanços significativos e a consolidação de casos de sucesso em inteligência artificial, as expectativas para 2025 indicam um cenário ainda mais promissor. À medida que empresas de diferentes setores integram a IA em suas operações, a tecnologia segue como um motor de transformação, oferecendo inovação, eficiência e resultados tangíveis. A busca por ROI comprovado e a ampliação das aplicações estratégicas prometem levar a inteligência artificial a um novo patamar de maturidade e escala, reafirmando seu papel essencial no desenvolvimento de mercados mais dinâmicos, competitivos e sustentáveis.

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