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A inteligência artificial e o futuro do varejo

*Por Marcelo Sturn

O varejo está passando por uma verdadeira revolução, impulsionada pela introdução de novas tecnologias e evolução dos hábitos dos consumidores. Com essas mudanças, os varejistas enfrentam desafios significativos, incluindo a necessidade de se adaptarem a novos contextos de consumo, nos quais os clientes buscam maior flexibilidade e conveniência em suas interações e experiências de compra. Diante desse cenário, é necessário que os varejos se mantenham atentos a soluções e ferramentas que sejam facilitadoras desse relacionamento, propiciando resultados positivos em suas operações e um atendimento de excelência para seus clientes.

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Uma das mudanças mais marcantes é a popularização do self-checkout, sistema de autoatendimento que permite aos consumidores escanear, pesar e pagar por seus produtos por contra própria, sem a necessidade de interação com funcionários. A automação permite que a clientela experiencie um processo de compra mais ágil, reduzindo os tempos de espera nas filas do caixa e fornecendo mais privacidade. Para os varejistas, o autoatendimento melhora a eficiência da loja, aumenta a fidelidade do cliente e reduz o custo total da operação.

A aceitação das pessoas em relação ao self-checkout já é grande. Segundo pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (APAS), sete em cada dez brasileiros preferem utilizar os caixas de autoatendimento para concluir suas compras. O mercado de self-checkout deve registrar crescimento de 15% ao ano até 2030, chegando ao valor de USD 10 bilhões, de acordo com a Global Market Insights.

À medida que as inovações chegam, os desafios se transformam. Por exemplo, apesar de já reconhecem o potencial exponencial que a tecnologia de autoatendimento oferece, muitos varejistas notam que, sem a devida atenção, as possibilidades de perdas podem aumentar. Furtos nos quais os compradores deliberadamente não escaneiam todos os itens, digitalizam apenas um produto de vários, usam códigos de barras falsificados ou trocados, ou erros involuntários de escaneamento que resultam no pagamento de apenas parte da compra, impactam os negócios.

Para apoiar no enfrentamento deste desafio, os varejos já podem contar com a Inteligência Artificial. Por meio de algoritmos sofisticados e análises de dados em tempo real que a Inteligência Artificial oferece, terminais de autoatendimento conseguem mitigar perdas. Ainda, a IA possibilita experiências mais personalizadas aos clientes. A união da Inteligência Artificial ao self-checkout abre portas para inovações que prometem transformar profundamente a maneira como as transações comerciais são conduzidas.

Por meio da IA, o terminal torna-se ainda mais inteligente e capaz de identificar ações indevidas de clientes, mitigando riscos de furtos ou erros de uso com uma abordagem proativa. Com uma câmera apontada para a área de escaneamento e, com a ajuda da IA, é possível detectar o não registro de itens, escaneamento incorreto de produtos, ou até mesmo a saída do cliente sem efetuar o pagamento. Quando uma operação incorreta é detectada, o cliente é informado diretamente por meio de uma mensagem no caixa de autoatendimento. Da mesma forma, os colaboradores do varejo são notificados sobre a operação incorreta. A análise em tempo real proporcionada pela IA permite aos varejistas tomar decisões embasadas em dados concretos, garantindo a eficiência das operações.

Indo muito além dessa operação, a IA ainda apoia na verificação autônoma da idade para vendas restritas, utilizando câmeras e reconhecimento facial para estimar quantos anos o comprador tem, tornando o processo mais ágil. O processo de compra de produtos vendidos por peso ou quantidade, como frutas e legumes, e que não possuem códigos de barra, também é otimizado por meio da IA. Com visão computacional e algoritmos altamente treinados, o terminal de self-checkout é capaz de distinguir de forma precisa o produto e a quantidade, eliminando intervenções dos clientes e protegendo as margens dos varejistas para que não sofram com itens identificados incorretamente.

A cada nova evolução, é natural que novos desafios também surjam. No entanto, a Inteligência Artificial emerge como uma poderosa aliada para os varejistas enfrentarem essas situações inesperadas e elevarem suas operações a outro nível. Os varejos devem se manter atentos e dispostos a explorar inovações que os ajudem a permanecer na liderança. Ao investir na digitalização e aproveitar os diversos recursos emergentes, como a Inteligência Artificial, eles podem encontrar as respostas para os seus desafios mais complexos, impulsionando os negócios para resultados positivos e um futuro altamente promissor. *Marcelo Sturn é Head de Software de Retail da Diebold Nixdorf Brasil.

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