Segundo pesquisa realizada com alunos da rede pública, a maioria pretende fazer um curso técnico e/ou obter uma qualificação profissional.
O Instituto Unibanco divulga os resultados de uma pesquisa realizada durante o 1º semestre deste ano com jovens estudantes do Ensino Médio da rede pública de São Paulo e Rio de Janeiro.
O objetivo do estudo foi identificar o que os jovens pensam sobre o Ensino Médio e suas perspectivas para o futuro. Por meio do levantamento, foi possível ainda coletar informações sobre a relação do Enem com os projetos de vida desses jovens. Os estudantes participantes da pesquisa estão entre o 1º e o 3º ano do Ensino Médio público noturno, sendo 52% do sexo masculino e com uma idade média de 16 anos, mínima de 14 e máxima de 24 anos; 41,3% atualmente trabalham e 27,4% já trabalharam.
Os dados revelam que o Ensino Médio para este grupo de estudantes é visto menos como uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem para o cotidiano e mais como uma transição para o trabalho e para o futuro, com possibilidade de ingresso para a faculdade.
Na avaliação do superintendente do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, é importante que o Ensino Médio contribua para a construção de uma educação transformadora, que traduz o que os jovens precisam aprender na sociedade contemporânea, em termos cognitivos e não cognitivos, e que faça vínculos entre expectativas e visões de futuro.
“O Ensino Médio, porém, não atende a esse olhar. Temos que fazer urgentemente mudanças para melhorar a qualidade do Ensino médio, para que as disciplinas não sejam tão conteudísticas e para que o estudante não fique fechado em uma escola desconectada do mundo exterior. É necessário oferecer caminhos possíveis para os jovens fazerem suas escolhas de acordo com suas vocações e interesses. Nesse sentido, uma reforma no currículo escolar também é fundamental, para que o jovem se interesse pela escola e não a abandone”, diz Henriques.
Entre os dados revelados pela pesquisa estão:
• 68% dos alunos vão à escola para aprender conteúdos e habilidades para ser um bom profissional;
• 78,7% gostariam de fazer um curso técnico ou obter uma qualificação profissional;
• Em relação à contribuição da escola, 36,2% dizem que ela contribui para aprender e aumentar repertório, 29,6% para ter um trabalho melhor e 19,3% para pensar/ter/planejar o futuro;
• Dos 41,3 % que trabalham, 60,1% alegam que o motivo é para ganhar experiência profissional e investir no futuro;
• As cinco profissões mais citadas entre a pretensão deles são: Engenharia, Direito, Medicina, Administração e ser Empresário;
• 22,2% dos jovens já perderam o ano por desistir de assistir aula;
• 11,8% acham que a escola pode ajudar no cotidiano;
• 63,3% disseram que fariam a prova do Enem.
A relação estudo e trabalho é preponderante para os jovens. Quando questionados sobre o que é mais importante para conseguir um trabalho, se os estudos, experiência, aparência, contatos ou sorte, 67,6% dizem que os estudos são determinantes.
Para os próximos cinco anos, os jovens esperam bom salário, estar cursando uma faculdade e conseguir ajudar a família..
Em relação a gênero, a pesquisa mostra maior interesse das mulheres em dar prosseguimento aos estudos, em comparação aos homens. Os dados levantados revelam que:
• 73,3% delas, contra 57,1% deles, fariam o Enem;
• 93% delas, contra 78,3%, pretendem fazer faculdade;
• 84% delas, contra 80% deles, pretendem uma qualificação profissional / técnica.