*Por Simony Morais
O setor de tecnologia é um dos que mais cresce no Brasil e no mundo. De acordo com dados da Associação Brasileiras das Empresas de Software (Abes), as companhias tech investiram mais de R﹩ 200 bilhões somente em 2020 no país e apresentaram crescimento de 22,9%. Outro estudo, do Datahub, indica que houve um aumento de 210% no número de empresas de tecnologia, comparando o ano passado com 2011.
CONTEÚDO RELACIONADO – Logicalis lança série animada para despertar interesse das crianças por carreiras ligadas à tecnologia
Este crescimento – muito bem-vindo, por sinal – leva a uma pressão por mão de obra qualificada que, infelizmente, está em falta. E o panorama tende a ficar ainda mais desafiador: segundo estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), até 2024 o mercado de tecnologia brasileiro, que é uma prioridade para a continuidade e sucesso dos negócios, necessitará de cerca de 70 mil profissionais anualmente, mas forma apenas 46 mil. Esse déficit nacional é potencializado pela fuga de cérebros, na qual diversos funcionários migram para trabalhar em outros países, visto que as linguagens de programação são as mesmas em todos os cantos do mundo.
Neste cenário ‘apocalíptico’, o que as empresas podem fazer? Colaborar na formação de novos profissionais, com ações educacionais, cursos, workshops etc., investir em aumentar a diversidade – hoje mulheres representam apenas 37% na área de tecnologia e pessoas pretas 30% (segundo a Brasscom), e criar estratégias para reter estes talentos. Um método para isso é criar um programa de incentivo de longo prazo, que bonifique a permanência, ajudando a atrair funcionários para posições-chave, reduzindo o turnover de talentos e garantindo o alinhamento de interesse entre equipe e acionistas. Outra estratégia é elaborar um mapeamento de sucessores, o que ajuda a direcionar esforços, criando um plano de desenvolvimento específico para cada um dos talentos identificados.
O time de gestão de pessoas também tem responsabilidade para a retenção desses talentos, com a criação de um ambiente de trabalho mais amigável, mesmo que este local hoje seja virtual, com ações que viabilizem uma comunicação aberta e franca entre gestores e empregados, uma cultura de feedback onde as opiniões são ouvidas – e não punidas. Motivar os colaboradores para que permaneçam na empresa é um trabalho árduo, que não pode ser resolvido com uma fórmula mágica, dependendo muito da cultura de cada companhia. Porém é um esforço que vale a pena, tanto para o negócio quanto para as pessoas, que mantém e constroem a cada dia as empresas de tecnologia.
Simony Morais é diretora corporativa de gente & gestão da Locaweb. Graduada em Psicologia pela Universidade Mackenzie, a executiva com mais de 15 anos de experiência em RH, é especializada em Pedagogia Empresarial pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), com especialização em Educação Corporativa e MBA em Gestão de Negócios pela FIA (Fundação Instituto de Administração). Com passagens por empresas de prestação de serviço, consultorias e indústria, integra a Locaweb desde 2017. *Simony Morais é diretora corporativa de gente & gestão da Locaweb.
Participe das comunidades IPNews no Facebook, LinkedIn e Twitter.