Entidade também informa que setor eletroeletrônico faturou R$ 156,7 bilhões em 2013.
Em coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira (02), o presidente da Abinee, Humberto Barbato, ao lado de diretores da entidade, apresentou os dados consolidados da indústria elétrica e eletrônica em 2013 e as perspectivas para este ano.
Indústria de telecom deve crescer 14% este ano |
O setor eletroeletrônico fechou 2013 com faturamento de R$ 156,7 bilhões, o que representou crescimento nominal de 8% na comparação com 2012. Em termos reais (descontada a inflação do setor com base no IPP – Índice de Preços ao Produtor do IBGE – de 1,9% para 2013), o crescimento ficou em 5%. A produção física da indústria elétrica e eletrônica cresceu 2% em relação a 2012.
Para 2014, o faturamento deverá apresentar crescimento nominal de 7% em relação a 2013. O crescimento real ficará entre 3,5% e 4%.
O déficit da balança comercial do setor, em 2013, cresceu 11% em relação a 2012, atingindo US$ 36,2 bilhões. Para 2014, a projeção é de que o déficit atingirá US$ 40 bilhões, resultado de exportações de US$ 7,4 bilhões e importações de US$ 48 bilhões. Os investimentos do setor deverão ficar em 2,9% chegando a R$ 4,17 bilhões, bastante semelhante ao aportado em 2013.
Para Humberto Barbato, os indicadores macroeconômicos não ajudam a formular previsões melhores, dado que seus principais elementos mostram desequilíbrios cujas correções ou controle exigem medidas restritivas ao crescimento da atividade econômica.
Durante a coletiva, foram debatidos diversos temas, com destaque para os incentivos fiscais do setor, a desoneração da folha de pagamentos, necessidade da renovação da Lei de Informática, ampliação da Lei do Bem – que expira em 31 de dezembro de 2014 – e os leilões de energia elétrica.
Barbato ressaltou a importância das desonerações fiscais para a indústria elétrica e eletrônica para a garantia da competitividade. “Produzir no Brasil é muito caro e isso vem inibindo o crescimento. Nosso setor não tem incentivos demais como muitos querem fazer acreditar. Simplesmente nossa indústria precisa dessas desonerações para ser mais competitiva em relação aos demais países do mundo, que não têm a quantidade de impostos que temos aqui”, falou.
O presidente da Abinee afirmou, também, que, em 2013, a renúncia fiscal do governo devido a desoneração da folha de pagamentos foi de R$ 600 milhões, o que correspondeu a cerca de 15% do que seria recolhido caso não houvesse a mudança.
Ainda a respeito da desoneração da folha, o diretor da área de informática da Abinee, Hugo Valério, destacou que só 40% dos produtos da indústria eletroeletrônica foram beneficiados. Segundo ele é preciso adotar um patamar de 0,5% sobre o faturamento para que as demais empresas do setor tenham também redução de custos”, disse.
Na oportunidade, Dorival Biasia, do conselho superior da Abinee, e responsável pelas negociações salariais do setor, lembrou que, nos últimos 10 anos, houve um crescimento real de cerca de 30% nos salários dos trabalhadores, já descontada a inflação. Segundo ele, este fator tem comprometido a competitividade da indústria.
Em relação aos leilões de energia elétrica, o diretor da área de GTD da Abinee, Newton Duarte, considerou relevante a decisão do governo de fazer leilões por fontes de energia, como o caso da geração fotovoltaica. No entanto, enfatizou a importância de que os leilões sejam também regionalizados, o que permitiria a redução dos custos de transmissão.
Paulo Castelo Branco, diretor da área de telecomunicações da Abinee, falou sobre o leilão para a faixa de frequências de 700 MHZ. “A Abinee entende que os leilões não devem ser arrecadatórios, mas que viabilizem os investimentos na expansão e melhoria da qualidade da rede de banda larga e telecomunicações”, disse Castelo Branco.
Sobre a Lei de Informática, o presidente Humberto Barbato informou que a Abinee está finalizando um estudo que será entregue no dia 7 de abril à Secretária de Desenvolvimento de Produção do MDIC, Heloísa Menezes. O documento contém propostas para a prorrogação da Lei por 10 anos. “A Lei de Informática é essencial para que se mantenha o equilíbrio entre a indústria de TIC instalada no país e na Zona Franca de Manaus”, afirmou.