Empresas garantiram que empresa não terá tratamento preferencial na rede.
Em tempos de debate intenso sobre a neutralidade de rede nos EUA, a Netflix disse que irá pagar à Comcast para ter acesso a mais velocidade. A medida foi tomada após consumidores locais reclamarem que o site estava lento.
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Uma das questões levantadas sobre a neutralidade é que os provedores de internet podem controlar a velocidade de sites que geram mais tráfego, ‘forçando’ as empresas a pagarem mais, se quiserem atender a demanda dos seus assinantes.
Para Carolina Teixeira, consultora sênior de TICs da Frost & Sullivan, essa pressão é global. “Os modelos de negócio se tornam cada vez mais intensos em Capex e apertados em termos de margens. Os investimentos no aumento da qualidade de suas redes, que são cada vez mais necessários por conta dos tráfegos crescentes, não são compensados pelos geradores de tráfego. Este conflito se esbarra na questão da garantia de neutralidade de rede, imposta por reguladores”, explica.
As empresas disseram, em comunicado, que trabalham há meses em conjunto para fechar um acordo que dure vários anos, e as companhias garantiram que a Netflix não receberá tratamento preferencial na rede.
Carolina lembra que esse tipo de acordo, conhecido como ‘contrato de peering e conexão entre redes de entrega de conteúdo (CDNs)’ é comum entre operadoras e provedores de conteúdo. “As CDNs são utilizadas como uma forma de otimizar e dimensionar melhor o tráfego, tornando a conexão mais fluída para o usuário, e adaptável à qualidade da conexão do usuário. Investir em CDN é quase obrigatório para qualquer empresa que esteja envolvida com tráfego intenso na internet”, pontua.
Segundo a analista, no Brasil, a TIM e NET têm contratos com o Netflix para que o streaming do site seja otimizado. Também há acordos de cashing e peering para serviços OTT (over-the-top) como Youtube e portais de notícia, como UOL, Google e Globo.com.
“Com o aumento da penetração de serviços over-the-top e também com a oferta de conteúdos com resolução 4K, além de ao vivo e lineares sobre banda larga, a tendência é que esse tipo de investimentos e parcerias se intensifiquem em um futuro próximo nos países da América Latina”, conclui.
As empresas não divulgaram o valor do acordo.