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Acordo salarial do setor de TI ainda está muito distante, afirma sindicato

Órgão reivindica reajuste de 8,58% e redução da jornada de trabalho para até 30 horas semanais sem diminuição dos salários.

PROFISSIONAIS TI okO Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) está pessimista e o motivo é claro: o atraso no acordo salarial para o setor de TI em São Paulo. As negociações seguem em curso com a entidade patronal, a Seprosp, e o órgão avalia que elas ainda vão demorar para acabar.

Isso porque o consenso está longe de ser atingido. Segundo divulgado, a oferta dos patrões durante a primeira rodada de negociações foi de aumentar 3,5% (e depois 4%) o salário dos funcionários e dar abono de 10% a ser pago em outubro. A proposta foi refutada imediatamente pelo Sindpd que argumenta que o aumento não cobre nem a alta da inflação (6,58% segundo o INPC).

“Não há como pensar em negociar com alguma coisa que comece abaixo da inflação. Inflação não se negocia, se repõe. Eu repito isso em todas as nossas reuniões”, ressaltou o presidente da entidade, Antonio Neto.

Dessa forma, a posição do órgão nas negociações segue inalterada. Eles reivindicam reajuste de 8,58% e redução da jornada de trabalho para até 30 horas semanais sem diminuição dos salários. Também há o pedido para o aumento do valor do vale-refeição para R$ 20 por dia para funcionários com cargas horárias de 6h/dia e de R$ 18 para os que trabalham até seis horas por dia. Os patrões ofereceram reajuste para R$ 17,50.

A boa notícia para os trabalhadores é que o órgão conseguiu garantir a estabilidade de emprego para futuros pais a partir do sétimo mês de gestação da mulher até 30 dias após a data do parto. Antes isso ocorria somente até o oitavo mês.

O auxílio-creche também sofreu alterações e agora a empresa reembolsa os funcionários em até 40% do salário normativo para cada filho de até 60 meses de idade. O percentual de 40% válido até hoje era apenas para filhos de até 24 meses. Para crianças entre 24 e 60 meses de idade, o benefício era de 30%.

Entre as outras demandas do setor estão:

Reajuste salarial de 8,58%;

Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais;

Pagamento de vale-alimentação;

Vale-refeição de R$ 20;

Pagamento integral de plano médico;

Aumento no pagamento de hora extra;

Licença-maternidade obrigatória de 180 dias;

Seguro de vida equivalente a 30 pisos salariais;

Garantia de reembolso de km para trabalhadores que usam os próprios veículos;

Pagamento de vale-cultura;

Custeio de bolsa de estudo para qualificação profissional.

Além de negar diversas solicitações do setor, o empresariado também sugeriu algumas medidas que poderiam aumentar os custos dos trabalhadores. Veja abaixo as propostas do Seprosp:

 

Reajuste salarial de 4% acrescido de abono de 15% pago em outubro;

Manutenção da jornada de trabalho em 40 horas semanais;

Vale-refeição de R$ 17,50

Auxílio-creche de 40% para crianças de até 60 meses;

Redução da multa para empresas que atrasam salários;

Desobrigação de continuidade da PLR para empresas que já pagam o benefício;

Desconto do vale-refeição em caso de faltas ou ausências dos trabalhadores;

Cobrança de coparticipação em planos de saúde e também dos procedimentos;

Rejeição a todas as demais propostas feitas pelo Sindpd.

Como é possível ver, as partes ainda estão bem distantes de um acordo. A próxima rodada de negociações com o setor patronal está marcada para terça-feira, 24, às 15h, na sede do Seprosp.

 

 

 

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