Representantes dos dois países se reuniram na semana passada e chegaram a conclusão de que os setores de madeira e móveis e o de vinho serão os primeiros a discutir um plano de complementariedade produtiva entre as nações.
Dois setores, o de madeira e móveis e o de vinhos, serão os primeiros a discutir um plano de ação de integração e complementariedade produtiva entre Argentina e Brasil. A definição aconteceu em reunião realizada na semana passada com os governos dos países, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Durante o mês de abril, entidades setoriais representantes dos dois complexos produtivos irão se reunir para apresentar uma proposta conjunta. Os demais setores apontados como potenciais também discutirão ações específicas nos próximos meses.
Participaram da reunião o secretário argentino da indústria, Eduardo Bianchi, além de diplomatas do país. Coordenando a reunião pelo lado brasileiro, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri, com a presença da coordenadora geral de desenvolvimento de programas de apoio as exportações (MDIC), Cândida Cervieri, e de representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento Agrário, da Petrobras, do BNDES, do Banco do Brasil, da APEX-Brasil, como também da Câmara de Comércio Exterior e das Secretarias de Comércio Exterior e de Desenvolvimento da Produção, ambas do MDIC.
A reunião deu continuidade às discussões do encontro ocorrido em Buenos Aires, em fevereiro de 2010, na qual foram definidos os setores que dariam início à integração produtiva entre os dois países. Foram apontados, na ocasião, oito setores, subdivididos entre estratégicos e sensíveis. No primeiro grupo estão: petróleo e gás; autopeças; aeronáutico e maquinaria agrícola. Já nos chamados sensíveis, que necessitam de negociações mais específicas, estão madeira; móveis; vinho; leite e derivados; além de produtos de linha branca.
Nesta segunda reunião foi apresentado à delegação argentina um balanço do diálogo empreendido pelo governo brasileiro com entidades representativas da indústria, conforme acordado no encontro de fevereiro. Foram realizadas rodadas de discussão com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e entidades relacionadas aos setores apontados. De acordo com Reginaldo Arcuri, todas as instituições apoiaram a iniciativa, sem restrições, e se dispuseram a iniciar um diálogo para formatação de uma agenda comum. O secretário Eduardo Bianchi também relatou a boa aceitação das empresas argentinas.
Foram apresentadas, ainda, as iniciativas de integração produtiva que já se encontram em curso desenvolvidas pela Embraer, Petrobras e BNDES, além dos instrumentos financeiros oferecidos pelo Banco para este fim.
A próxima reunião do grupo de integração produtiva acontecerá no final de abril.
Promoção comercial
Outro desdobramento da reunião de fevereiro foi o encontro da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (APEX-Brasil) com a PROArgentina, órgão do governo que promove a exportação de pequenas e médias empresas daquele país.
Jackson De Toni, representante da APEX-Brasil, destacou que foi verificada possibilidade de ação conjunta nas áreas de intercambio de estudos e metodologias de inteligência comercial e competitiva; intercâmbio técnico entre as duas agências, podendo envolver visitas dirigidas, estágios técnicos, eventos de capacitação, entre outros; e organização de missões internacionais conjuntas. As duas agências deverão trabalhar em consonância com as atividades do grupo de integração produtiva.